O Coordenador da Frente Popular, Armando Lona, afirmou que a Guiné-Bissau está a viver numa situação de penúria total que veio de várias décadas, institucionalizando a pobreza, socializando sofrimento, razão pela qual decidiram levantar-se para dizer “basta” e fazer os guineenses libertarem-se do “sofrimento eterno” a que foram submetidos pelos sucessivos governantes do país.
Armando Lona, que falava esta quinta-feira, 01 de agosto de 2024, para confirmar a manifestação pacífica no dia 03 de agosto, dia dos mártires de Pindjiguiti, desafiou os trabalhadores guineenses, quer públicos, quer privados a participarem em massa nessa marcha para mostrarem ao mundo que a situação do país e as condiçoes de vida da população não estão bem.
“É hora de manifestar a nossa indignação e repúdio a várias situações que o povo enfrenta, porque foi o mesmo motivo que levou as pessoas, em 1959, a dizer basta à situação que estava a acontecer na altura. É por essa e outras razões que os guineenses devem levantar-se para mostrar o seu descontentamento sobre a forma como o país está a ser conduzido”, defendeu.
O ativista lembrou que a Guiné-Bissau foi construída para ser um país modelo da humanidade, tendo em conta a sua riqueza natural, mas hoje figura-se na cauda dos países empobrecidos no planeta terra pelos sucessivos governantes, sendo médicos especialistas e professores as classes mais vulneráveis a viverem na mendicidade, o agricultor que deveria ser patrão tornou-se num pobre, isso “ é uma tristeza e escândalo”.
“A Guiné-Bissau deve exportar arroz para outros países, devido a sua condição climatérica, geográfica e naturais de produzir bens para alimentação do homem, mas foi empobrecido por um grupinho de pessoas, instalando um sistema que não permite a evolução do país. Aqui, na Frente Popular, não gostamos de lançar cascas de banana para derrubar ninguém, não falamos no quintal. Falamos publicamente, porque acreditamos que todos somos guineenses e queremos fazer com que as pessoas que fazem parte do sistema percebam que o caminho que está a ser percorrido não é certo e não nos leva a lado nenhum. Não é possível ter mais de 80 por cento dos guineenses a viver na pobreza e miséria”, criticou.
O Líder da Frente Popular disse que as lutas que estão a fazer, sobretudo a manifestação do dia 03 de agosto, é para homenagear aqueles que tombaram pelo caminho ao longo do percurso de resistência no sentido de resgatar a Guiné-Bissau e torná-la um país modelo da África e do mundo em geral.
Questionado sobre se estão reunidas as condições para a manifestação do dia 03 de agosto, Armando Lona confirmou que já estão reunidas todas as condições para se manifestarem pacificamente contra as péssimas condições de vida que o povo enfrenta, tendo em conta o aumento generalizado dos preços de produtos da primeira necessidade e desrespeito às liberdades fundamentais consagradas na Constituição da República.
“Na semana passada, reunimo-nos com o ministro do Interior, Botche Candé, que finalmente aceitou receber, pela primeira vez, a correspondência. De maneira que entendemos que a informação passou”, disse, afirmando que é provável que o Ministério do Interior vá assegurar a manifestação pacífica, num dia histórico dos trabalhadores.
“Há necessidade de o Ministério do Interior fazer o seu trabalho para que possamos ter um dia de manifestação pacífica sem problemas”, defendeu.
Por: Aguinaldo Ampa



















