O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, afirmou esta quarta-feira, 11 de dezembro de 2024, que o contexto de instabilidade política permanente que assola a Guiné-Bissau há três décadas tem constituído um “obstáculo sério” na adoção e na implementação de políticas e programas políticos que permitam fazer face aos constrangimentos que impedem as mulheres de gozarem os seus direitos, sobretudo os direitos civis e políticos.
Bubacar Turé falava na abertura do encontro nacional de dois dias das mulheres para a prevenção do radicalismo e extremismo violentos, realizada na Casa dos Direitos em Bissau.
O evento visa promover a participação ativa das mulheres na prevenção do radicalismo e extremismo violentos na Guiné-Bissau, para a construção de uma sociedade mais pacífica e resiliente.
O defensor dos direitos humanos no país disse que a Liga pretende com o evento fortalecer o associativismo das mulheres na prevenção de conflitos e no combate ao radicalismo e extremismo violentos.

Defendeu que a igualdade entre as mulheres e os homens é um princípio fundamental consagrado na Constituição guineense, cuja concretização constitui uma das tarefas fundamentais do Estado, que deve não só garantir o direito à igualdade, como também assumir a sua concretização efetiva.
Por seu lado, o Assessor Técnico Principal da ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social, Carlos Tipote, advertiu que o radicalismo e o extremismo violentos são fenómenos nocivos que ameaçam a paz e a tranquilidade em vários países do mundo e da África Ocidental, em particular.
Frisou, neste particular que a conjugação dos esforços de todos os atores nacionais deve constituir uma prioridade nacional com vista a criar barreiras a estes “malfeitores” e criar pontos de diálogo para a resolução dos diferentes problemas que afligem a sociedade.
Carlos Tipote sublinhou que, na Guiné-Bissau, as mulheres constituem a maioria da população que são o alicerce da família e da sociedade, a força motriz da economia guineense, na medida em que as mulheres são as principais agentes económicas do setor primário e secundário, assegurando 55 por cento da população agrícola e da economia não formal.
Para o Embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau, Artis Bertulis, a igualdade de género não só representa um direito humano fundamental, mas também desempenha um papel essencial no crescimento económico, prosperidade, segurança de todos e na boa governação.
Defendeu que trabalhar com as mulheres é crucial, sobretudo na prevenção e na resposta à situação de radicalização e extremismo violento e reforçar a participação das mulheres na paz e segurança na Guiné-Bissau, o que é uma prioridade da União Europeia.
Por: Aguinaldo Ampa



















