A aldeia de Mampata Foreia acolheu a cerimónia de lançamento da primeira pedra da construção da estrada que ligará o setor de Quebo, na região de Tombali, sul da Guiné-Bissau, até à fronteira com a Guiné-Conacri, concretamente na região de Boké, de forma a contribuir para o desencravamento dos dois países e reforçar a integração sub-regional e o comércio.
A cerimónia de lançamento da primeira pedra da obra, presidida pelo Chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, contou com a presença de membros do governo, da governadora da região, de chefes militares, da Guarda Nacional, da Polícia de Ordem Pública, de corpos diplomáticos, do poder tradicional e da população do setor de Quebo.
A estrada terá uma extensão de 21 quilómetros, com um prazo de execução das obras previsto para 30 meses e um financiamento estimado em mais de 30 milhões de dólares norte-americanos (correspondente a mais de 18 mil milhões de francos CFA), provenientes do Banco Africano de Desenvolvimento e da União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento.
A construção deste troço visa igualmente melhorar o nível de serviço da estrada Quebo – Boké, suprimindo os obstáculos à circulação de mercadorias e pessoas através de controlos aduaneiros, e melhorando a acessibilidade e as condições de vida das populações na zona de influência direta do projeto.
A estrada de Boké-Quebo faz parte do corredor da Estrada Transafricana Dakar (Senegal) – Lagos (Nigéria), N.º 7. As obras da construção desta estrada estão a cargo de um consórcio de empresas mauritanas e senegalesas MCE, S.A. e ATTM, S.A., que igualmente vão construir 29,60 quilómetros de pistas rurais e requalificar dois quilómetros da avenida principal de Quebo, incluindo saneamento e iluminação pública/solar.
PR SISSOCO: “QUEBO – BOKÉ É MAIS UMA OBRA QUE É FRUTO DE UMA DIPLOMACIA ECONÓMICA DE SUCESSO”
Presidindo a cerimónia de lançamento da obra, o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, destacou na sua comunicação a parceria eficaz que o BAD tem desenvolvido com a Guiné-Bissau, tendo em vista viabilizar as aspirações guineenses ao progresso. Acrescentou que se trata de uma parceria decisiva num setor crucial para a transformação económica e o progresso social da Guiné-Bissau.
“A estrada Quebo-Boké é mais uma obra de relevância pública que vai surgir. Vai estender-se por 21 quilómetros de distância. É mais uma realização que resulta de uma diplomacia económica de sucesso, que tem sido uma marca da nossa própria magistratura presidencial. O seu impacto positivo na vida económica e social das populações, que habitam os dois lados de uma fronteira comum, será sentido de forma cada vez mais intensa”, afirmou o chefe de Estado.
O Presidente Embaló assegurou que a referida estrada vai promover a coesão territorial e o desenvolvimento local nas duas regiões que, assim, passarão a estar mais intensamente interligadas, ligando os dois países vizinhos.
“Sendo a Guiné-Bissau uma economia aberta, precisamos de tirar proveito das facilidades decorrentes da nossa integração regional. Temos de aproveitar as vantagens de pertencermos a um grande espaço económico, que é a CEDEAO. Hoje, a Guiné-Bissau é, efetivamente, uma plataforma descentralizada para a transformação positiva das condições de vida dos guineenses. Estamos a promover melhores condições de mobilidade para as pessoas”, realçou.
Umaro Sissoco Embaló explicou na sua comunicação que o consórcio da empresa responsável pela execução da obra comprometeu-se a, além da estrada, construir um estádio de futebol no setor, um grande mercado, oito sedes para a administração da região de Tombali e também cinco furos para água potável naquela região.
Por seu turno, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, José Carlos Esteves, enalteceu o Banco Africano de Desenvolvimento e a União Europeia pelos apoios financeiros que permitiram a materialização destas obras. Segundo a sua explanação, “a obra ora lançada é um símbolo da relação de amizade e de cooperação na nossa comunidade”.
“O troço Quebo – Boké irá facilitar as trocas económicas e sociais entre a Guiné-Bissau e Conacri, e também com o Senegal, se pensarmos na transversalidade com o eixo 2, que liga a cidade de Gabú à Pirada, contribuindo assim para o reforço da integração económica e da cooperação sub-regional dos países membros da União Económica e Monetária Oeste Africana – UEMOA e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental – CEDEAO”, disse, acrescentando que a estrada será uma fonte de rendimento para a comunidade e que irá aproximar os mercados inter-regionais, melhorando os rendimentos dos habitantes das zonas circundantes.
Presente na cerimónia, o Embaixador da União Europeia, Artis Bertulis, afirmou na sua comunicação que a obra é um projeto de enorme importância transformadora e estruturante para a Guiné-Bissau, que permitirá conectar o país ao seu vizinho do sul, a Guiné-Conacri. Acrescentou que, na mesma lógica, a União Europeia também contribuiu para o financiamento da estrada do outro lado da fronteira até à cidade de Boké.
“Este projeto não consiste apenas na reabilitação e alargamento de mais de 100 quilómetros de estrada, mas inclui também a construção e reabilitação de várias pontes ao longo da estrada, a construção de locais de passagem, de pistas rurais e de um mercado”, sublinhou o diplomata.
Anunciou que a União Europeia está a contribuir para a construção desta estrada com um financiamento de 30 milhões de euros, revelando que o custo total do projeto para os dois países é de 118 milhões de euros.
A governadora da região de Tombali, Aminata Silá, afirmou que o lançamento da primeira pedra da construção da estrada que liga os dois países representa o início de uma nova etapa para a sua região, “onde a esperança se transforma em ação concreta e os compromissos assumidos com o povo começam a ganhar forma visível”.
“A estrada Quebo – Boké é uma via de importância estratégica e irá aproximar as comunidades, facilitar o escoamento de produtos locais, garantir maior mobilidade e acesso a serviços básicos, como saúde, educação e segurança, além de contribuir para a coesão territorial”, referiu.
A governadora apelou à população local para cuidar da obra e apoiar sempre a empresa e os seus trabalhadores nos seus trabalhos.
Por: Assana Sambú
















