ESCOLA SUPERIOR DE JORNALISMO DEFENDE O FIM DO “ANALFABETISMO CIENTÍFICO” NA IMPRENSA GUINEENSE

O Diretor-geral da Escola Superior de Comunicação e Jornalismo, António Nhaga, defendeu esta sexta-feira, 30 de maio de 2025, a erradicação do “analfabetismo científico” na imprensa guineense e dar lugar a nova forma de abordagem do jornalismo moderno e que obedeça aos padrões internacionais do jornalismo.

A posição do também Bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau foi defendida na abertura do seminário, que decorreu em Bissau, sobre o pensamento de Mário Mesquita e Jornalismo Científico na Guiné-Bissau.

No seu discurso, António Nhaga defendeu que é fundamental formar uma nova geração que será capaz de produzir conteúdos de qualidade e transparentes para a comunicação social.

“Tem sido um dos nossos desafios, combater o analfabetismo científico. A Escola Superior de Comunicação e Jornalismo veio exatamente para combatê-lo, sobretudo em relação à imprensa”, precisou, para de seguida afirmar estar convencido que se a classe conseguir acabar com este fenómeno e “a educação bancária”, conseguir-se-á fazer algo positivo para este setor.

O Diretor-geral da Escola Superior de Comunicação e Jornalismo afirmou que o maior problema no jornalismo guineense reside na educação bancária, porque “num país onde há um imaginário coletivo democrático, há sempre a necessidade de haver um jornalismo científico”.

“Se não há um jornalismo científico, não existe praticamente o jornalismo, por isso desafio a nova geração para, em conjunto, debatermos este assunto na pegada do Drº Mário Mesquita, um grande pensador português, que conseguiu estabelecer na imprensa portuguesa aquilo que hoje chamamos de educação científica. Ou seja, ele e mais alguns dos seus colegas conseguiram acabar com o analfabetismo científico em Portugal, sobretudo ao nível da imprensa. Hoje, a imprensa portuguesa é independente e produz conteúdos de qualidade. Nós precisamos disso, mas para que isso aconteça teremos que cultivar o jornalismo nacional”, recomendou o comunicólogo guineense e docente universitário.       

António Nhaga disse que decidiu convidar os mais novos para essa nova abordagem, porque queria que fossem eles mesmos a debaterem o tema e que, no final de tudo, tirassem as conclusões necessárias da escola e o seu impacto para a nova geração, bem como começassem a cultivar o jornalismo nacional.

“Há um grande problema na Guiné-Bissau que reside entre distinguir um jornalista de um repórter. Se essa questão for levantada para debater, vamos ter conceitos contraditórios, por isso queremos construir novas narrativas, porque há ainda gente entre nós que não consegue separar as duas coisas. O desafio é vosso, a nova geração, portanto encarem-no com determinação. Porque devem cultivar a nova forma de pensar o jornalismo”, desafiou.     

Por: Filomeno Sambú

Author: O DEMOCRATA

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