Reunião anual WACA: GOVERNO GUINEENSE DIZ-SE COMPROMETIDO E ABERTO A COOPERAR COM OS PAÍSES PIONEIROS DO PROJETO

O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, Viriato Soares Cassamá, anunciou que a Guiné-Bissau está disposta a juntar-se à dinâmica regional, como país beneficiário do segundo projeto de investimento WACA ResIP, e plenamente comprometido em cooperar com os seis países pioneiros que implementaram o primeiro projeto, porque “desejamos aprender com as suas experiências, os seus sucessos e os desafios enfrentados”.

O governante falava esta quarta-feira, 02 de julho de 2025, na abertura dos trabalhos da primeira reunião anual do Comité Regional de Pilotagem de WACA – Programa de Gestão das Zonas Costeiras da África Ocidental 2025, no âmbito do Projeto de Investimento na Resiliência das zonas Costeiras da África Ocidental, financiado pelo Banco Mundial (BM).

No seu discurso, afirmou que  a  agenda de trabalhos desta reunião mostra, de forma clara, que o Comité Regional de Pilotagem “é o verdadeiro órgão de governação dos Projetos WACA” – onde se tomam decisões importantes e são definidas as grandes orientações, tendo destacado o papel determinante do Banco Mundial,  o seu apoio técnico e financeiro que disse ter sido crucial para permitir que os países beneficiários dos Projetos WACA voltassem a valorizar o mar como fonte de vida, de oportunidades e de equilíbrio ambiental.

“Agradeço também à Comissão da UEMOA – União Económica Monetária Oeste Africana, pelo seu incansável empenho e liderança na coordenação regional dos esforços de preservação do litoral da África Ocidental. Ao promover sinergias e facilitar a mobilização de recursos, contribuindo significativamente para que os nossos países estejam hoje melhor preparados para enfrentar os desafios ambientais e proteger os serviços ecológicos dos nossos ecossistemas costeiros”, sublinhou.

Apelou aos responsáveis e técnicos dos países e das instituições regionais de implementação para que partilhem com a Unidade de Gestão do Projeto em Bissau os conhecimentos, as ferramentas e boas práticas já desenvolvidas, por este intercâmbio ser fundamental para garantir uma implementação eficaz e eficiente do projeto na Guiné-Bissau.

“Gostaria de solicitar a todos os presentes e, em particular ao senhor Comissário, com quem tenho a honra de co-presidir esta reunião, que analisemos cada ponto da agenda com elevado sentido de responsabilidade e espírito construtivo. O nosso objetivo comum deve ser o de alcançar resultados concretos, que correspondam às legítimas expectativas das nossas populações”, afirmou.

Por sua vez, o Comissário responsável pelo Departamento de Agricultura, Recursos, Água e Meio Ambiente da Comissão da UEMOA, Mohamadou Gad, alertou para a gravidade de riscos de erosão costeira, inundação e poluição exacerbados pelos efeitos das mudanças climáticas, que nenhum país sozinho poderá enfrentá-los de forma eficaz e definitivo.

Lembrou que, de acordo com os dados do Banco Mundial, as áreas costeiras produzem cerca de 56% do Produto Interno Bruto (BIP) da África Ocidental e abrigam quase um terço da sua população.

“As consequências negativas de ataques do mar contra a terra firme acarretam custos económicos e sociais significativos, razão pela qual desafiou os países costeiros a reforçarem a sua solidariedade regional para reduzir os efeitos dos riscos costeiros, bem como preservar os meios de subsistência das populações”, frisou.

Alertou, neste particular, que uma sinergia de ações de cooperação, entre os Estados vizinhos que partilham os ecossistemas costeiros comuns, continua a ser um caminho essencial na busca de soluções inovadoras de financiamento.

“É necessário configurar a Base 3 de 5 às estratégias integradas capazes de responder aos problemas relacionados aos riscos costeiros, preservar os ecossistemas e à segurança  da infraestrutura costeira”, sublinhou, para de seguida convidar os Estados a coordenarem, de um lado,  os esforços  na busca  de soluções para os problemas  comuns e, por outro, a apoiarem-se nas ferramentas  desenvolvidas  no âmbito do Projeto WACA, em particular, o Plano  de Ação  Estratégico para Investimentos (PARSI), os Textos sobre a gestão das áreas costeiras e marinhas  da África Ocidental  e o  Observatório Regional  do Litoral da África Ocidental.

“Esta sessão do Comité de direção é uma oportunidade para lançar apelo às instituições parceiras de implementação para que acelerem o processo de capitalização dos ganhos do Projeto WACA RESIP1. As experiências e as lições aprendidas devem ser usadas para melhorar a implementação da segunda fase do Projeto (WACA RESIP2) e alimentar as reflexões para a formulação do programa WACA+.

O Comissário responsável pelo Departamento de Agricultura, Recursos, Água e Meio Ambiente da Comissão da UEMOA manifestou a disponibilidade e o compromisso da Comissão Monetária Oeste Africana em trabalhar, lado a lado, com os Estados membros para uma boa coordenação das ações para a gestão concertada e sustentável das zonas costeiras e marinhas da África Ocidental.     

Os participantes debatem assuntos relacionados ao acompanhamento da implementação das decisões das últimas reuniões, o estado de progresso das componentes nacionais e regionais, a análise do relatório de progresso das componentes regionais dos projetos para o primeiro semestre de 2025 e, finalmente, o compartilhamento de informações sobre a capitalização do projeto WACA RESIP1, bem como a implementação das atividades da plataforma WACA.

Por: Filomeno Sambú

Author: O DEMOCRATA

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