AQUIPÉLAGO DOS BIJAGÓS RECONHECIDO COMO PATRIMÓNIO MUNDIAL NATURAL PELA UNESCO

O arquipélago dos Bijagós (região de Bolama/Bijagós) foi inscrito este domingo, 13 de julho de 2025, em Paris, capital da França, na prestigiada Lista do Património Mundial Natural da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), durante a 47.ª Sessão do Comité do Património Mundial.

A cerimónia de consagração foi testemunhada pelo ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, Viriato Luís Soares Cassamá, que se fez acompanhar pela Diretora-Geral do IBAP, Dra. Aissa Regala Barros, e por alguns técnicos daquele ministério, que juntos, representaram o Estado guineense e o esforço coletivo de todos quantos contribuíram para este momento memorável. A delegação guineense recebeu oficialmente esta prestigiosa distinção.

“Este reconhecimento é fruto da influência do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do “trabalho técnico de excelência desenvolvido ao longo de anos por várias gerações de especialistas guineenses e estrangeiros, culminando num impulso notável nos últimos anos”, de acordo com uma nota escrita pelo ministro do Ambiente na sua página do Facebook, consultada pelo jornal O Democrata.

Esta é a primeira distinção do género para a Guiné-Bissau, considerada pelo titular do pelouro do ambiente, Viriato Luís Soares Cassamá, como “um feito inédito e histórico que marca para sempre o nome do país no concerto das nações comprometidas com a preservação do património natural do planeta”.

A UNESCO adotou em 1972 a Convenção do Património Mundial, Cultural e Natural, que tem por objetivo proteger os bens patrimoniais dotados de um valor universal excecional. O Património Mundial Natural refere-se a formações e habitats físicos, biológicos e geológicos excepcionais de espécies animais e vegetais únicas que podem estar ameaçadas.

Os sítios do património mundial natural protegem áreas consideradas excepcionais do ponto de vista da diversidade biológica e da paisagem.

Sob a liderança do ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, Viriato Luís Soares Cassamá, o Dossier de Candidatura foi reapresentado ao Comité do Património Mundial, onde foi reapreciado com sucesso, despertando admiração e conquistando apoios determinantes.

“Este é um triunfo coletivo que honra todos os técnicos, investigadores e defensores do ambiente que, ao longo dos anos, se dedicaram à proteção e conservação da biodiversidade, bem como ao combate às alterações climáticas na Guiné-Bissau”, escreveu o ministro na sua página. Acrescentou, neste particular, que esta distinção é “um reconhecimento ao percurso exemplar de figuras que sempre se mantiveram fiéis à causa ambiental, nomeadamente o próprio ministro do Ambiente, Eng.º Viriato Cassamá, a Diretora-Geral do IBAP, Dra. Aissa Regala Barros, e o malogrado Dr. Alfredo Simão da Silva, fundador e primeiro Diretor-Geral do IBAP, cuja visão pioneira e compromisso inabalável com a proteção do património natural lançaram as bases deste momento histórico.”

“Com esta inscrição, o dia 13 de julho de 2025 ficará registado nos livros da História da Guiné-Bissau. Celebra-se a natureza, a ciência, o compromisso com as futuras gerações e, acima de tudo, o orgulho de um povo que vê o seu património finalmente reconhecido à escala global”, lê-se na nota do ministro do Ambiente, que terminou por parabenizar toda a equipa envolvida neste brilhante processo.

Arquipélago dos Bijagós: Património Mundial – Uma Conquista para Celebrar, um Direito para Defender e um Compromisso para Proteger – LGDH.

Em reação à distinção do Arquipélago dos Bijagós como Património Mundial Natural da UNESCO, a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) publicou hoje um comunicado na sua página oficial do Facebook, no qual expressa imenso orgulho e emoção pelo povo Bijagó, guardião ancestral e sábio deste arquipélago, pela monumental conquista da inscrição das suas ilhas na Lista do Património Mundial Natural da Humanidade, anunciada no dia 11 de julho de 2025.

A LGDH estende os seus mais sinceros parabéns ao Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP), cuja dedicação incansável foi decisiva para este feito histórico, bem como a todas as instituições do Estado que, com empenho e determinação, abraçaram esta causa.

“Este reconhecimento internacional é um tributo à sabedoria milenar, à força invencível e à resiliência do povo Bijagó, assim como à riqueza única e incomparável da nossa natureza. É a prova viva de que a harmonia entre o ser humano e o ambiente não só é possível, como deve servir de exemplo brilhante para o mundo”, afirma a liga, acrescentando que “esta vitória representa um avanço decisivo na defesa dos direitos humanos, reafirmando o direito sagrado das comunidades tradicionais à sua terra, à sua cultura e ao seu futuro”.

Contudo, a LGDH alerta que o Arquipélago dos Bijagós não pode continuar a ser o “parente pobre” das políticas públicas nacionais, instando o Estado guineense a assumir um compromisso firme e sustentável que vise: Preservar a biodiversidade única e frágil do arquipélago; Garantir e proteger os direitos ancestrais das comunidades locais, tanto de homens como de mulheres; Combater rigorosamente a criminalidade organizada, nomeadamente o tráfico de drogas, que ameaça a paz e a segurança da região e fomentar investimentos que promovam um turismo responsável e de qualidade, que respeite o ambiente e proteja a dignidade humana.

Por: Assana Sambú

Author: O DEMOCRATA

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