2º Fórum Económico e Empresarial da CPLP: EMPRESÁRIOS DESAFIADOS A EXPLORAREM NOVAS ÁREAS DE COOPERAÇÃO E REDUÇÃO DE BARREIRAS AO COMÉRCIO

O ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambú, aconselhou esta quarta-feira, 16 de julho de 2025, os empresários da lusofonia a explorarem novas áreas de cooperação e a redução de barreiras ao comércio.  

“A necessidade de explorarmos novas áreas de cooperação, de reduzirmos as barreiras ao comércio, aumentarmos os fluxos comerciais e de investimento, aproveitando as sinergias que advêm dos diferentes espaços de integração económica e dos blocos regionais a que pertencemos”, afirmou o governante guineense durante a sua intervenção na abertura do 2.º Fórum Económico e Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O evento decorreu num hotel de Bissau, onde Sambú destacou que a classe empresarial da lusofonia só tirará maiores proveitos das suas relações económicas se conseguir concretizar projetos e parcerias empresariais.  

O encontro, que reuniu empresários nacionais e dos países da CPLP, teve como lema: “Soberania Alimentar: Caminho para o Desenvolvimento Sustentável”. Os participantes presentes no evento debateram diversos temas, divididos em diferentes painéis, designadamente: Soberania Alimentar: Estratégias para o seu desenvolvimento sustentável; Panorama de oportunidades de investimento na Guiné-Bissau; Zona Industrial Económica Especial Sustentável de Djibloho; Tecnologia: Impacto da tecnologia e sustentabilidade no desenvolvimento socioeconómico.  

Na cerimónia de abertura, o ministro Soares Sambú afirmou que o fórum representa um marco para a Presidência Pro Tempore da Guiné-Bissau, reforçando a determinação do país em transformar intenções em projetos concretos e oportunidades em resultados efetivos para o desenvolvimento sustentável.  

“Este fórum realiza-se num contexto particularmente importante para a Guiné-Bissau, marcado por sinais concretos de reformas económicas, promoção do investimento privado e criação de condições para um crescimento inclusivo e sustentável”, declarou. Referiu ainda que o Governo, sob a liderança do Presidente Umaro Sissoco Embaló, apresentou em Dakar o Compacto Agrário, um documento estratégico que visa modernizar a agricultura, apoiar os produtores e promover a transformação local.  

No setor agrícola, Sambú destacou a estruturação da fileira do caju, a principal cultura de exportação, que beneficiou de um financiamento de cinco mil milhões de francos CFA pelo Banco Oeste-Africano de Desenvolvimento (BOAD), destinado a melhorar a comercialização e aumentar a transformação local.  

O ministro referiu ainda que a fileira da manga, outro produto com grande potencial, está incluída no Programa de Competitividade da África Ocidental (WACOMP), financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento, que apoia a produção, o processamento e a exportação, reforçando a competitividade nos mercados regionais e internacionais.  

Presente no evento, o ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, Viriato Luís Soares Cassamá, abordou as oportunidades de sustentabilidade, destacando a recente classificação do Arquipélago dos Bijagós como Património Natural Mundial da UNESCO, considerado um marco histórico para a Guiné-Bissau e para a lusofonia.  

Cassamá sublinhou que a inclusão dos Bijagós na lista da UNESCO consagra o arquipélago como um dos ecossistemas mais importantes do planeta, reconhecendo a sua biodiversidade única, com espécies endémicas e ameaçadas, como hipopótamos-marinhos, tartarugas gigantes e aves migratórias.  

Quanto às oportunidades económicas para a CPLP, explicou que esta classificação abre portas a investimentos estratégicos e parcerias inovadoras, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), destacando três eixos prioritários: Turismo Sustentável e Ecológico; Ecoturismo de alto valor e Infraestruturas verdes.

Para o Secretário Executivo cessante da CPLP, Zacarias da Costa, o encontro serviu para fortalecer os pontos económicos entre os países membros da CPLP, com base em três pilares fundamentais: a soberania alimentar, a tecnologia e a sustentabilidade.

“Vivemos tempos desafiadores. A instabilidade económica global, os efeitos das alterações climáticas e a crescente desigualdade social exigem de nós não apenas diagnósticos, mas respostas concretas e compromissos duradouros”, disse, acrescentando que é nesta linha que este fórum se inscreve como um apelo à ação solidária, estruturada e visionária.

Zacarias da Costa afirmou ainda que a economia da Guiné-Bissau e dos outros países da CPLP carecem de um olhar atento e de trabalho conjunto, de forma a permitir uma maior diversificação.

Perante as diversidades registadas, existem sinais de esperança, que são a juventude guineense, a sua dinâmica empreendedora e também as mulheres, que, segundo a sua explanação, são a espinha dorsal da agricultura e do comércio local. Ele também realçou os inúmeros esforços da sociedade civil, das cooperativas, das universidades e dos parceiros internacionais que continuam a trabalhar por uma Guiné-Bissau mais forte e justa.

Por: Assana Sambú

Foto: Marcelo Na Ritche

Author: O DEMOCRATA

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