LGDH CONSIDERA “MEDIDA ABRUPTA” A DECISÃO DE ENCERRAR A IMPRENSA PORTUGUESA NA GUINÉ-BISSAU 

A Liga Guineense dos Direitos Humanos considera uma “medida abrupta, injustificada e de gravidade extrema” a decisão das autoridades da Guiné-Bissau de encerrar as delegações da imprensa portuguesa no país, nomeadamente RTP África, Agência Lusa e RDP Africa, com efeitos a partir desta sexta-feira, 15 de agosto de 2025. 

Em comunicado, a LGDH disse que recebeu com profunda indignação e perplexidade a decisão de mandar também embora os representantes destes órgãos o mais tardar até 19 de agosto, afirmando que esse ato “não é isolado” e que é o culminar de um longo processo de ataques hostis contra órgãos de comunicação social com linha editorial independente, tanto portugueses como nacionais. 

“Trata-se de não só uma agressão aberta e sem disfarces à liberdade de imprensa, pilar essencial de qualquer sociedade democrática, mas também um passo sombrio e vergonhoso que rompe com os valores universais dos direitos humanos e ignora flagrantemente as normas internacionais que protegem o direito à informação” lê-se no comunicado, sublinhando que esse “gesto desnuda, de forma implacável, a natureza opressiva e autoritária do poder instalado” revela uma determinação absoluta em silenciar a imprensa livre e esmagar, com mão pesada, a voz crítica e o olhar vigilante que sustentam uma sociedade democrática.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos condena com veemência essa “decisão ilegal e atentatória” ao Estado de Direito e exige a sua revogação imediata, alertando para o caminho extremamente perigoso em que o “regime autoritário está a arrastar a Guiné-Bissau, empurrando o país para um abismo de consequências imprevisíveis e potencialmente catastróficas, que colocam em risco a democracia, os direitos humanos e a própria sobrevivência do Estado”.

A Liga exige a reposição imediata das condições para o livre exercício da atividade jornalística, instando o regime a abandonar os passos perigosos que conduzem à opacidade, ao autoritarismo e à destruição das liberdades civis.

Entretanto, o partido da Convergência Nacional para a Liberdade e Desenvolvimento (COLIDE-GB) alerta para o “amordaçamento” da imprensa para, com isso provar [proibir] a liberdade de expressão e de informação, visando com isso “manipular e distorcer a realidade deplorável” que se vive no País.

Em reação à decisão do executivo de iniciativa presidencial, o COLIDE-GB não tem dúvida que a medida é sinônimo de“implementação de uma agenda escondida com rabo de fora, considerando que a situação é passível de julgamento e condenação pelo povo, a tempo”.

Por fim, o COLIDE-GB solidariza com a Agência Lusa, RDP e RTP África pela expulsão e suspensão das suas emissões em Bissau pelo governo guineense.

Por: Tiago Seide

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