A Diretoria Nacional Conjunta da Campanha (DNCC) do candidato presidencial Fernando Dias da Costa, denuncia a suposta presença do Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, João Mendes Pereira, numa cerimônia governamental ao lado do Primeiro-Ministro, Braima Camará, alegando que o evento teria sido transformado em “campanha eleitoral”.
A participação do magistrado num ato político-governamental “sem conexão com o Poder Judicial” constitui, segundo a DNCC, uma violação grave dos princípios de isenção, neutralidade e imparcialidade, exigidos às mais altas funções judiciais da Guiné-Bissau.
Em comunicado consultado pelo O Democrata, a Diretoria afirma que o episódio ocorre num contexto sensível, em que a independência do poder judicial é amplamente questionada, apontando ainda supostos atos de exclusão política e irregularidades no processo eleitoral, incluindo o afastamento de plataformas políticas como API Cabas Garandi e PAI Terra-Ranka, bem como do líder de um dos principais partidos do país.
A DNCC considera a presença do Juiz Conselheiro no evento governamental como um sinal de “instrumentalização do poder judicial” para fins políticos, o que, segundo o texto, fere a credibilidade das instituições da República.
Neste sentido, a diretoria da campanha instou o Conselho Superior da Magistratura Judicial a abrir um inquérito e aplicar eventuais medidas disciplinares, tendo apelado à Comunidade Internacional para acompanhar de perto o processo eleitoral.
Exortou os profissionais da justiça a manterem equidistância das disputas partidárias.
Por fim, a candidatura fez referência a suposto bloqueio da caravana de Fernando Dias da Costa, ocorrido na via de Nhoma, afirmando que o ato teria sido provocado “deliberadamente” pela segurança do Presidente cessante e teria colocado a comitiva em risco, embora sem confronto direto.
Denunciou ainda a apreensão de viaturas alugadas no Senegal, alegadamente sem fundamento, pela sua candidatura, o que teria prejudicado a logística da campanha no Sul do país.
A DNCC classificou esses episódios como “cobardes, abusivos e prejudiciais à disputa eleitoral”, apelando a uma intervenção urgente das autoridades competentes.
Por: Tiago Seide
















