Eleições gerais: OBSERVADORES ELEITORAIS PEDEM CALMA AOS CANDIDATOS E QUE AGUARDEM PELO RESULTADO DA CNE   

As missões de observadores eleitorais internacionais reuniram na tarde desta segunda-feira, 24 de novembro de 2025, para analisar o escrutínio de domingo e acertar as posições para um pronunciamento sobre o processo eleitoral guineense,  apelaram, no entanto, à calma aos candidatos, partidos e à população em geral, exortando todas as partes a aguardarem pelo anúncio oficial dos resultados eleitorais por parte da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

A posição das missões de observadores internacionais foi tornada pública pelo chefe da missão de observação da União Africana, o ex-chefe de Estado de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, durante a entrevista aos jornalistas no final da reunião e na qual explicou que reuniram-se as diferentes missões  para acertar um padrão de raciocínio e comunicação para o pronunciamento oficial de avaliação do processo eleitoral.

“Amanhã, por volta das 13 horas, vamos apresentar o comunicado final sobre aquilo que nós vimos em torno das eleições que observamos neste país”, declarou.

Questionado para partilhar o que realmente constataram no terreno, afirmou não querer entrar em especulações, acrescentando que têm observadores em todo o território nacional da Guiné-Bissau que estão a regressar a Bissau e que terão de relatar tudo aquilo que testemunharam.

Sobre o anúncio de vitória feito pelas diretorias de campanha de Fernando Dias da Costa e de Umaro Sissoco Embaló, o chefe da missão de observadores da União Africana pediu calma aos candidatos e exortou-os a aguardarem pelo anúncio dos resultados eleitorais por parte da Comissão Nacional de Eleições.

“O melhor comentário que se pode fazer será depois de a CNE dizer o que viu e o que fez, o que contou e qual é o resultado. Ontem dei um exemplo de um jogo de futebol, onde existe um árbitro que é a CNE, comissários que são os observadores, mas o resultado nunca é conhecido antes do apito final do árbitro. Quando o apito soar — e que ainda não soou —, então veremos todos. Se alguém disser que houve um penalty que não foi assinalado, existem formas de gerir isso. Resolvemos, portanto, adiar essa possibilidade para esse momento”, citou.

Filipe Nyusi salientou a situação de calma registada no país, afirmando que sentiram que o povo da Guiné-Bissau não quer confusão e que aderiu ao processo eleitoral. No seu entendimento, “isso é já um passo forte dado e uma mensagem que emitiram para o mundo”. Apelou, ainda, por mais calma às populações, aos candidatos e até aos partidos, para que esperem pelos resultados, sublinhando que a vitória das eleições gerais será absolutamente dos guineenses.

CEDEAO: “GUINÉ-BISSAU DEIXOU A ÁFRICA OCIDENTAL ORGULHOSA NESTAS ELEIÇÕES”

Para o chefe da missão de observadores da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o ganês, Issufu Baba Braimah Kamara, a Guiné-Bissau deixou a África Ocidental orgulhosa e toda a África deve ficar orgulhosa com este processo eleitoral de domingo.

“O processo correu bem como eu disse na minha declaração. Quando houver um problema numa urna, vamos juntos resolver e ultrapassar a situação registada. Isto aqui é uma coisa única que se viu aqui e espero que todos os países africanos possam aprender com isso, porque a democracia não tem a haver com a guerra é a discussão de ideias”, realçou.

O embaixador Kamara disse que os partidos políticos guineenses têm a responsabilidade de trabalhar na educação cívica para ensinar as pessoas como votar, tendo frisado que alguns partidos e candidatos não têm possibilidades de pagar os fiscais para observar o processo de votação nas mesas e que alguns até partilham fiscais.

Refira-se que mais de 200 observadores internacionais estão no país para monitorizar o processo eleitoral, entre os quais se destacam 120 observadores da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), 30 da União Africana, 22 da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), 10 do G7+, 10 da Organização de Juízes da CPLP, 10 do Fórum de Anciãos da CEDEAO, 10 da ONG Suíço –  Nouvelle Perspective Suisse e 17 observadores da República Federal da Nigéria.

Por: Assana Sambú

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