Um dos membros do coletivo da juventude dessas formações políticas no país, Sambite Santos Cabi, afirmou que o candidato independente às eleições presidenciais, Fernando Dias da Costa, apoiado pelo PAIGC e pela coligação API Cabás Garandi e PAI Terra Ranka, será empossado “na base da diplomacia”.
“É bom que fique claro que a eleição presidencial de 23 de novembro de 2025 tem vencedor, que é o Dias. Ele será empossado no quadro legal; não sei dizer quando, mas será ainda este ano. A comunidade internacional conhece o resultado através dos observadores internacionais presentes no processo” disse, na conferência de imprensa realizada pelo coletivo das Juventudes API Cabás Garandi e PAI Terra Ranka, que reafirmou a sua posição firme e inabalável em defesa da democracia, da legalidade e da vontade soberana expressa nas urnas.
Sambite Santos Cabi denunciou ainda perseguições e ameaças do regime contra si e outros colegas opositores.
“Fomos obrigados a abandonar as nossas casas e a limitar a comunicação com os nossos próximos, por causa das ameaças às nossas integridades físicas e dos nossos familiares. Um dos seguranças do candidato Fernando Dias da Costa, que é também familiar do contra-almirante Américo Bubo Na Tchuto, ao saber da libertação do seu tio, decidiu visitá-lo. Nesse dia, o contra-almirante foi obrigado a voltar ao Tribunal Militar, no dia 17 de outubro, e o segurança decidiu acompanhá-lo. Depois disso, foi detido, sofreu tortura e, ao ser libertado, foi suspenso do cargo de agente de segurança através de uma carta que o classificava como militante do PRS. A partir desse momento, passou a trabalhar como segurança de Dias. Após a invasão da sua casa com gás lacrimogéneo por homens armados, ele não resistiu e acabou por falecer”, explicou Sambite.
Entretanto, o coletivo considerou graves os acontecimentos que têm abalado o país, incluindo alegações de tentativa de golpe, o assalto às instalações da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e os raptos e detenções arbitrárias de líderes políticos, entre eles o Presidente do PAIGC, líder da plataforma PAI Terra Ranka e Presidente da ANP, Domingos Simões Pereira, bem como outros dirigentes.
O coletivo da Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC), da Coligação da Aliança Inclusiva (PAI Terra Ranka), da API Cabás Garandi e do PRS, liderado por Fernando Dias da Costa, condenou veementemente qualquer ação que ponha em causa a ordem constitucional, a democracia e a estabilidade da Guiné-Bissau.
Repudiou, com total firmeza, todas as formas de violência política, raptos, detenções ilegais e tentativas de intimidação dirigidas contra líderes políticos e cidadãos.
O coletivo exigiu ainda a retoma imediata e sem manipulações do processo de divulgação dos resultados eleitorais, conforme estabelece a lei e em respeito absoluto pela vontade do povo.
Apelou ainda à comunidade internacional, CEDEAO, União Africana, CPLP, Nações Unidas e parceiros democráticos, para que mantenham vigilância próxima sobre a situação e garantam que a vontade popular seja respeitada.
De acordo com o coletivo juvenil, as suas organizações, enquanto juventudes comprometidas com a proteção do Estado de Direito, da paz e da estabilidade nacional, garantem ao povo guineense que permanecerão mobilizadas, vigilantes e ativamente engajadas na defesa da democracia e da liberdade.
Por um lado, afirmaram que “a Guiné-Bissau pertence ao seu povo, e o povo já decidiu nas urnas, avisando que qualquer tentativa de inverter a vontade popular é uma afronta à democracia e será rejeitada por todas as forças jovens comprometidas com o futuro do país”.
Reforçaram ainda que os seus compromissos são com a verdade, a justiça e a paz.
“Apelamos a que todos os cidadãos mantenham serenidade, vigilância e confiança de que a democracia prevalecerá” insistiram.
Por outro lado, o presidente da juventude do Partido da Renovação Social (PRS), Franco Yala, apelou aos líderes religiosos, católicos, evangélicos e muçulmanos, que convidem os seus fiéis a rezar pelo bem-estar da Guiné-Bissau, e aos animistas, que realizem as suas práticas espirituais em prol da estabilidade do país.
Por: Jacimira Segunda Sia



















