O Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira afirmou esta segunda-feira, 9 de Maio de 2016, que o “Presidente da República é refém do grupo criado por ele próprio, formado pelo Partido da Renovação Social (PRS) e os 15 deputados que reclamam atendimento e satisfação dos seus interesses pessoais”.

Falando ao Jornal O Democrata numa conferência de imprensa realizada pelo “Espaço de Concertação política dos partidos defensores dos valores democráticos” que congrega PAIGC [no poder], PCD, PUN, MP e PST num dos hotéis de capital, o porta-voz dos partidos defensores dos valores democráticos adiantou que o PRS assumiu de forma explícita e pública nos seus comunicados, que “recusou” as propostas de diálogo político e o estabelecimento de compromissos propostos por PAIGC, “porque quer ser alternativa governativa”.

“O Presidente da República que evocou em várias ocasiões o apelo ao diálogo e a procura de soluções políticas, já há cerca de dois meses, se recusa receber o Primeiro-ministro e a realizar as audiências semanais, contudo, mantém contactos regulares e permanentes com o grupo dos 15 deputados expulsos e a direcção do PRS” denunciou.

Líder dos libertadores informou ainda que o Presidente da República não possui neste momento nenhuma solução para o problema do país, e a grande maioria dos cidadãos o reconhece como o “promotor e principal responsável pela crise política que subsiste e agudiza no país, com elevados riscos políticos e sociais”.

Simões Pereira advertiu que o bloqueio actual, a onda de greves, disfuncionalidade da Assembleia Nacional Popular são da responsabilidade de quem promoveu a ruptura e a perda de confiança entre entidades e instituições.  O antigo primeiro-ministro demitido em agosto de 2015, acusa o chefe de Estado de pretender demitir o governo de Carlos Correia.

“A que propósito, um partido político, por sinal o segundo maior do país, se imiscuí em assuntos internos do PAIGC e alia-se ao Presidente da República e um grupo de 15 dissidentes que traíram o próprio partido, para patrocinar um golpe institucional e, com base em arranjos sem bases legais, aceder ao poder e pretender exercê-lo de forma inconstitucional?” questionou.

De referir que o Presidente da República, José Mário Vaz, protelou para amanhã, 10 de maio, a reunião com os partidos políticos com representação parlamentar e com os membros do Conselho de Estado para analisar a situação política vigente no país.

 

 

Por: Aguinaldo Ampa