Ministro de Energia: “GOVERNO NÃO TEM DINHEIRO PARA COMPENSAR O VALOR INVESTIDO NA CENTRAL ELÉCTRICA DE BISSORÔ

O ministro da Energia e Indústria, António Serifo Embaló, revelou esta terça-feira, 22 de janeiro de 2019, que o governo guineense não tem dinheiro para compensar o valor investido na central eléctrica de Bissorã pela Empresa PROSOLIA Energie de L’Afrique, assegurando que de momento não há nenhuma solução à vista para fazer funcionar aquela central eléctrica concluída no final do ano 2017.

A empresa multinacional PROSOLIA Energie de l’Afrique instalou uma central do sistema ‘backup’, com uma produção fotovoltaica de 500.30 quilowatts, além de dois grupos de geradores de 70 kW cada e uma reserva de baterias entre 400 e 500 mil amperes. A central elétrica de Bissorã é neste momento a maior a nível nacional, no entanto, a empresa PROSOLIA Energie de l’Afrique aguarda que a União Económica e Monetária dos Estados da África Ocidental (UEMOA), na qualidade de financiador, receba a obra para posteriormente entregá-la ao Governo da Guiné-Bissau.

A posição do executivo quanto a situação da central foi tornada pública pelo titular da pasta de Energia e Indústria, depois de uma visita aos diferentes projetos da central eléctrica de Bissau e às instalações da nova ‘Mãe de Água’ em Brà, financiados pelo Banco Mundial, Banco Oeste Africano para o Desenvolvimento (BOAD) e Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD) no domínio da electricidade e águas, que engloba canalizações com tubos em pvc para água potável. O projeto engloba igualmente as instalações das ‘sapatas’ da central eléctrica de Bissau, construção de nova ‘mãe de água’ em Brá incluindo 91 fontenários em diferentes bairros.

O Ministro esclareceu na sua declaração que o problema do não funcionamento da central eléctrica de Bissorã não é culpa do governo guineense. Trata-se de uma situação que envolve os próprios financiadores.  

De referir que a central elétrica de Bissorã foi orçada em um bilhão, cento e cinquenta milhões de francos CFA, incluindo a instalação da rede.

Questionado sobre o corte de corrente eléctrica nos últimos dias em diferentes bairros da capital de Bissau, disse que a empresa está a trabalhar na criação de centros de comando para cada bairro, o que no seu entender, vai evitar cortes frequentes nos bairros por causa de avarias técnicas em outros bairros. Acrescentou que os referidos centros serão controlados através de um anel.

“Já estão a ser instaladas sapatas para o transporte da corrente do barco para a central eléctrica e os centros de comando para os diferentes bairros que compõem a capital Bissau”, observou.

O governante anunciou ainda que serão entregues dois mil kits à empresa de electricidade e águas da Guiné-Bissau (EAGB) para a instalação de água. Segundo a sua explicação, cerca de cinco mil casas beneficiarão de canalização de água a nível da capital Bissau. Aproveitou a ocasião para pedir a colaboração e compreensão dos citadinos de Bissau pelos transtornos que serão registados durante as obras nas ruas.   

Embaló perspectivou a rede de água potável no interior do país, tendo revelado que as obras vão começar na região de Tombali, concretamente no sector de Quebo, no próximo mês de fevereiro.

Por: Epifania Mendonça

Foto: E.M

1 thought on “Ministro de Energia: “GOVERNO NÃO TEM DINHEIRO PARA COMPENSAR O VALOR INVESTIDO NA CENTRAL ELÉCTRICA DE BISSORÔ

  1. Mas qual vai ser a solução a curto prazo para o funcionamento da central de Bissorã?
    Se tudo foi financiado pelos parceiros, o que custa o país dar a sua compaticpação, para o seu funcionamento?
    De lembrar que alguns projetos de central eléctrica com avultados investimentos, como de Bandim/Jericó que resumem hoje em ruínas devido a negligência dos nossos governantes.

    Nas campanhas eleitorais prometem mil e uma coisas, mas quando chegam a governação esquecem ou fingem esquecer tudo, dando prioridade, guerras para posse de pastas ministeriais. Deixem de adiar o desenvolvimento do país e aumentar devidas que vão ser pagas pelas gerações vindouras, sem que tragam algum benefício para os cidadãos. Ainda que o investimento feito em Bissorã não for aproveitado, mais anos menos anos entrará no estado de degração, mas mesmo assim, os investidores não vão deixar de exigir o pagamento da dívida contraída.

    O financiamento nunca é uma oferta pelo que não se deve dar ao luxo de aceitar acordo, arranjar afama no momento de lançamento da primeira pedra e depois não criar condições para recepção após construção, até que tudo arruíne.

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