24 setembro 2016: JOMAV SUGERE A FORMAÇÃO DE GOVERNO DE UNIDADE NACIONAL

O Presidente da República da Guiné-Bissau José Mário Vaz, sugeriu hoje, 24 de setembro de 2016, a formação de um governo de unidade nacional, na base de entendimento entre o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o Partido da Renovação Social (PRS) e os elementos do Grupo de 15 deputados expulsos do PAIGC.

O Chefe de Estado guineense falava durante a cerimônia comemorativa de 43 anos da independência da Guiné-Bissau, acrescentando que, no seu entender, essa deveria ser as prioridades para tirar o país da crise política em que se encontra.

Milhares de guineenses presenciaram o ato da comemoração do quadragésimo terceiro (43) aniversário da independência da Guiné-Bissau sob o jugo colonial português, que decorreu no largo da Câmara Municipal de Bissau na Avenida Unidade Africana, em Bissau.

A grande ausência da cerimônia é do Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá e da direção do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). A cerimônia comemorativa contou com as presenças do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá, do presidente do Tribunal de Conta, Dionísio Cabi, do primeiro-ministro Baciro Dja, membros do governo, Chefias militares, corpos diplomáticos acreditados no país.

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Os  desfiles das diferentes instituições do país na sua maioria estatal marcou igualmente a cerimônia. O desfile das forças da defesa e segurança mexeu com os guineenses presentes na cerimônia comemorativa. As forças da defesa e segurança apresentaram os seus recursos humanos seguidos de materiais bélicos.

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Unidade no seio dos guineenses, paz e harmonia são algumas das mensagens deixadas, através de canções, pelas forças da defesa e segurança que se fizeram acompanhar com lenços brancos nas mãos. As forças da defesa garantiram que não haverá mais um tiro para que o povo viva na harmonia, criticam ainda nos seus estrofes, os ‘cabalidos’ que estão a estragar a Guiné-Bissau, numa clara referência aos políticos.

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Presidente da República, recorreu a um dos versos do hino nacional para encontrar o título do seu discurso – “Ramos do Mesmo Tronco, Olhos na Mesma Luz, Está é a Força da Nossa União” – “Viva Pátria Gloriosa”.

José Mário Vaz disse que neste dia de carregado simbolismo, as suas preocupações vão inteiramente para aqueles que de acordo com ele, são os “Ramos do mesmo tronco” e verdadeiros obreiros do feito que ora se comemora.

Assegurou, no entanto, que tem a consciência de que está muito longe de atingir os ideais dos combatentes, ou seja, as motivações que obrigaram os combatentes de abandonarem as suas famílias e o conforto das suas casas para se tornarem Combatentes da Liberdade da Pátria.

“Podem contar comigo nessa luta para uma Guiné melhor, em que, em cada mesa do guineense se encontre um prato de arroz, mafé, um copo de água potável, educação e saúde para os nossos filhos. Portanto, uma Guiné de todos e para todos, sem excepção”, disse.

Frisou ainda que durante os dois anos do seu mandato e do governo o país perdeu muito tempo nos jogos de poder e nos calculismos que considera de puramente partidários.

“Tempo que devia ser dedicado ao trabalho, à planificação, ao ensino, ao conhecimento, à ciência, à solução dos problemas concretos da população, à cultura, ao desporto, à construção e ao desenvolvimento do ‘homem novo’, que irá edificar aquela nova Guiné-Bissau da qual todos nós nos orgulharemos perante o mundo. É este o verdadeiro desígnio nacional”, observou o Chefe de Estado.

Realçou no seu discurso os ganhos conseguidos durante os dois anos do seu mandato, no qual sublinhou que hoje, a crise guineense já não é uma crise de cariz político-militar, porque conforme disse, “durante este lapso de tempo não temos senhoras viúvas, porque o marido foi morto pelo Presidente José Mário Vaz, ou crianças órfãs porque o pai foi morto pelo Presidente José Mário Vaz”.

Acrescentou ainda que a crise que se regista no país é apenas uma crise eminentemente político-institucional, que deve encontrar junto dos tribunais a melhor solução.

Recorde-se que a independência da Guiné-Bissau foi proclamada unilateralmente por PAIGC nas matas de Boé (região de Gabú) no dia 24 de setembro de 1973, pelo comandante da frente sul e igualmente presidente da Assembleia Nacional Popular na altura, falecido General Presidente, João Bernardo “Nino” Vieira.

 

 

 

Por: Sene Camará

Foto: Marcelo N’Canha Na Ritche

 

 

 

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