História de prisão reflectida em livro

A história do edifício da primeira esquadra de Bissau, desde que foi prisão até se transformar num local dedicado à promoção aos direitos humanos, foi hoje lançada em livro para assinalar o segundo aniversário do espaço.
“Desafios – Uma história de direitos na Guiné-Bissau” detalha a utilização do edifício, desde 1936 até à inauguração da Casa dos Direitos em 2012, através de entrevistas, ilustrações, documentos de arquivo e histórias de pessoas.
Alguns dos documentos e entrevistas recolhidos para o livro estão em exposição permanente, numa das antigas celas, no piso subterrâneo, o mais temido por quem era detido pela polícia política portuguesa do Estado Novo, a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado).
Mesmo depois da independência da Guiné-Bissau, continuaria a ser um local de violação dos direitos humanos.
Agora, transforma-se “em espaço-memória”, disse Fátima Proença, coordenadora da obra hoje lançada e diretora da Associação para a Cooperação Entre os Povos (ACEP), sediada em Portugal.
A ACEP dinamizou o projeto de recolha documental e de testemunhos de antigos prisioneiros, polícias e outras figuras que passaram pela casa, num trabalho em cooperação com várias organizações guineenses – e vários jovens que ilustraram os depoimentos e pintaram um mural.
Toda a ação contou ainda com o apoio da Cooperação Portuguesa, Fundação Calouste Gulbenkian e Universidade de Aveiro.
Durante o lançamento do livro, hoje na Casa dos Direitos, foi também inaugurada uma exposição do fotógrafo moçambicano Mauro Pinto sobre o quotidiano de alguns espaços-prisão em Moçambique.
Mauro Pinto dirigiu desde o início do mês uma ação de formação sobre fotografia em que participaram membros de organizações guineenses e que também fez parte do programa do segundo aniversário da Casa dos Direitos.
Neste âmbito realizou-se hoje também um encontro sobre a emergência das organizações não-governamentais e das redes de colaboração na Guiné-Bissau, em Cabo Verde e no Brasil.
Redação

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