Marrocos foi eleito na 22ª Sessão da Conferência das Partes (Cop 22) que decorreu na aldeia de Bab Ighli, na cidade de Marraquexe, para presidir oficialmente a cimeira da Cop 22. No mesmo evento também foi eleito o Presidente da Cop 22/CMP12, Salaheddine Mezouar e se procedeu ao mesmo tempo a transição oficial da Cop 21 para Cop 22.
Na sua intervenção Salaheddine Mezouar, que é também Ministro dos Negócios Estrangeiro de Marrocos, convidou todos os participantes a se comprometerem no apoio aos países mais vulneráveis ao impacto das alterações climáticas, em especialmente em África, os países menos desenvolvidos e os pequenos estados insulares em desenvolvimento. Na sua visão, na Cop 22, o seu país, Marrocos, juntamente com vários parceiros lançarão uma parceria para as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) de forma a aumentar a capacidade e direcionar os fluxos financeiros climáticos para os países mais vulneráveis. Reiterou igualmente a importância de acelerar, durante a Cop 22, o financiamento climático, a inovação, a transferência e a capacitação para criar uma economia de baixo carbono, que o planeta necessita para ficar abaixo da marca de dois graus celsius do aquecimento global.
“Paris contribuiu com um compromisso global das mudanças climáticas, Marraquexe irá proporcionar uma ação climática mais ambiciosa. Todos nós devemos assumir o desafio de apoiar os países mais vulneráveis na luta contra as alterações climáticas” defendeu o Presidente da Cop 22.
Por seu lado, a Presidente da Cop 21, a francesa Segolene Royal celebrou, na sua intervenção, a entrada em vigor dos acordos do Paris a 4 de Novembro elogiando a estreita coordenação entre a França e Marrocos durante o ano transacto na preparação da Cop 22. “ A rápida entrada em vigor do acordo de Paris não tem precedentes e transmite um sinal poderoso do compromisso mundial para combater as alterações climáticas”, asseverou.
A Secretária-Executiva da UNFCCC, Patricia Espinosa sublinhou também na sua intervenção o significado histórico de Marrocos e de Marraquexe, em particular, como anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Na sua visão a Cop 7 realizada na cidade de Marraquexe em 2001, produziu os acordos de Marraquexe, mas a Cop 22, que será também este ano na mesma cidade, contará com a CMA e a primeira agenda global de ação climática mais coordenada e ambiciosa entre os Estados e a Sociedade Civil. Patricia Espinosa concluiu a sua intervenção asseverando“precisamos trabalhar em conjunto com rapidez e escala em todas as frentes”.
Também interviram o Presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Hoesung Lee e o Presidente da Câmara da cidade de Marraquexe, Mohamed Larbi Belcadi.
A cerimonia de abertura da Cop 22 encerrou com uma atuação de um grupo musical marroquino com os tambores local “Ostina Tono” que marcará o ritmo para a conferência de ação climática, durante as próximas duas semanas na cidade de Ochre.
Na verdade, mais uma vez as mudanças climáticas estão no foco da diplomacia global, na reunião que reúne as delegações da maioria dos países do mundo na cidade marroquina de Marraquexe para a 22ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre o clima.
A COP 22 é a “amiga nerd” de sua gloriosa predecessora parisiense. Em Dezembro do ano transacto, a atenção do mundo estava toda virada para a França no momento em que Nações rivais finalmente cooperaram entre si para assinar o primeiro acordo climático global. Assim sendo, o Acordo de Paris estabeleceu o quadro geral que lidará com as mudanças climáticas nas próximas décadas. Agora as Nações têm, outra vez, a nível global a tarefa de desenvolver os detalhes, coisa de “nerd” na Cop 22 na cidade marroquina de Marraquexe.
É provável que estas sejam as questões fundamentais desta rodada de negociações na cidade marroquina de Marraquexe:
– Como incluir todos os países nas negociações?
– Que forma e conteúdo devem incluir as promessas climáticas?
– Como o progresso será monitorado?
– Que medidas devem ser tomadas em relação às perdas e danos das nações mais vulneráveis?
– Como apoiar as nações pobres?
– Como dar transparência e responsabilidade à ação?
– Que informações devem ser fornecidas sobre a adaptação aos impactos das mudanças climáticas?
– De onde virá o dinheiro?
– E, finalmente, mas muito importante, quem será presidente dos EUA?
Por: António Nhaga
















