A visão nacional sobre a Conferência das Partes (Cop 22) que inicia esta semana na cidade marroquina de Marraquexe não deve ser uma espécie de inflação da opinião política sem uma ligação com a nossa realidade climatológica provocando uma espécie de uma nova espiral política que nos conduz a uma lógica de olhar ilusória da nossa própria sociedade política.
A ideia aqui não é de que todos os pontos de vista da nossa sociedade política valem o mesmo valor. Se é esta visão que queremos inflacionar com a nossa participação na Cop 22 é porque a estratégia nacional será mal entendida na “Conferência das Partes” na cidade de Marraquexe.
Como defendem os nossos especialistas da Mudanças Climáticas, na verdade a COP22 será um ponto de encontro com os nossos amigos, mas não podemos esquecer dos nossos interesses. Vamos na realidade encontrar-se com os nossos amigos, mas não podemos nem devemos inflacionar, como na nossa sociedade política, a nossa visão sobre a Cop 22. A nossa estratégia nacional para a Cop 22 deve, sim, refletir os nossos interesses comuns como a Nação guineense e não das inflações das sociedades políticas nacional. Porque na questão climática devemos pensar, primeiro, que é um bem nacional e que devemos advogar e defender aquilo que estamos dispostos a aceitar e abdicar.
A questão da Cop 22 deve ser vista como uma espécie da nossa casa comum, onde todos nós vivemos. Se incorporarmos a nossa visão estratégia sobre a Cop 22 como a nossa casa comum poderemos alcançar ganhos importantes e vitais para fazermos face a nossa vulnerabilidade a nível mundial sobre a subida da nível média da água do mar nas 88 ilhas de arquipélago dos Bijagós. Em suma, é necessário e urgente termos uma visão estratégica holística e integrada sobre as Mudanças Climáticas que nos partirá conhecer de perto os constrangimentos e as alterações climáticas que se verificam no nosso país.
A Cop 22 deve ser, para o nosso país, um vector de extrema importância que contribuirá para a redução da nossa vulnerabilidade, melhorar a nossa resiliência e os impactos visíveis das Mudanças Climáticas que poderão agravar a curto e longo prazo. Poderá também nos ajudar a partilhar com os nossos amigos as melhores práticas em matéria de adaptação e mitigação de uma forma mais holística e integrada.
A Cop 22 será, para o nosso país, uma espécie de janela aberta para integrarmos na nossa estratégia nacional sobre as Mudanças Climáticas a formação dos recursos humanos devidamente qualificados para podermos perceber técnica e cientificamente todos os factores que estão na base de mudanças climáticas em todo o território nacional. Sem recursos humanos qualificados não teremos uma visão científica a nível nacional de estar com os olhos abertos, por exemplo, na nossa vulnerabilidade nas 88 ilhas de Arquipélagos de Bijagós.
Seja como for, o nosso país dispõe hoje de um ponto focal sobre as Mudanças Climáticas, há vários institutos e as Organizações Não Governamentais que trabalham na área do meio ambiente que é hoje no nosso país uma área muito transdisciplinar relacionando com várias outras questões nacionais.
Por outro lado, a sociedade política do nosso país terá que deixar de inflacionar as suas opiniões políticas sobre temas tão candentes como a mudança climática cuja conferência inicia esta semana na cidade marroquina de Marraquexe. E para dar mais visibilidade a importante tarefa do nosso ponto focal nacional sobre as mudanças climáticas, a Assembleia Nacional Popular terá que ratificar os acordos de Paris um instrumento fundamental para cumprimento também dos acordos que sairão da Cop 22. Há uma necessidade urgente de criar as condições objectivas e efetivas para os deputados ratificarem os acordos de Paris. O facto de Assembleia Nacional Popular não ratificar até então os acordos saídos da Cop 21 do Paris, se tornou muito difícil a tarefa do ponto focal nacional agora na Cop 22. Portanto, os nossos climatólogos têm agora pela frente uma enorme tarefa de, primeiro, justificar a razão do nosso país não ratificar os acordos da Cop 21 e para depois apresentarem a nova visão da estratégia nacional da mudança climática na Cop 22.
Por: António Nhaga
Diretor-Geral
















