As organizações femininas e a rede parlamentar da Guiné-Bissau pediram esta sexta-feira, 16 de dezembro 2016, a demissão imediata de Carlos Aberto Kenedy de Barros do cargo do Ministro da Mulher, Família e Solidariedade Social, por ser um homem “violento”.
A posição das duas entidades femininas foi tornada pública esta sexta-feira, em conferência de imprensa conjunta, por Aissatu Camará Indjai, porta-voz do grupo.
Tanto as organizações femininas do país como a Rede Parlamentar das mulheres da Guiné-Bissau reclamam que Carlos Aberto Kenedy de Barros não lhes inspira a confiança, uma vez que teria espancado gravemente a sua própria mulher:
As organizações femininas justificam a sua posição pelo facto de Carlos Aberto Kenedy de Barros ter um antecedente de violação de direito da mulher, não por ser um homem a dirigir o pelouro da Mulher e Família.
“Não nos oferece confiança ficar no posto do Ministro da Mulher, Família e Solidariedade Social, porque é um lugar de Estado destinado à promoção do direito da mulher. A nossa reivindicação está longe de qualquer tipo de interpretação que se possa fazer. Até podia estar lá um homem, aliás, muitos homens passaram por lá como Ministros da Mulher, mas não questionamos. Queremos, é que seja um homem com caráter de defender o direito da mulher”, justifica.
Aissatu Camará Indjai não esconde, no entanto, a sua indignação pela fraca representação feminina no Governo e reclama que lhes sejam dadas a oportunidade de integrar ao Executivo liderado por Úmaro Sissoco Embaló.
Na sua observação, o Governo de Úmaro Sissoco é o mais caraterizado pela mais baixa representação feminina de sempre, facto que na sua visão, representa um retrocesso no processo de promoção da igualdade de género, do reforço da liderança e da representação política das mulheres.
Num universo de 37 membros do Governo incluindo secretarias do Estado, apenas cinco (05) mulheres entraram para novo Executivo, todas as Secretárias do Estado.
Apesar de reconhecer demora da Plataforma das Mulheres em responder, a tempo, ao convite do Chefe do Governo, Aissatu Camará Indjai dá voltas ao assunto e sublinha que tal facto não justificava a fraca representatividade das mulheres no Governo.
Por: Filomeno Sambú
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é claro. o cargo deve ser exercido pela mulher
Nem sabia do caráter violento do senhor Barros, ou seja, se isso for verdade moralmente ele não minimas condições de ocupar esse ministério . Discordo plenamente com a porta voz do grupo, porque mesmo se o Barros não tivesse o histórico agressivo esse posto deveria ser ocupado por uma mulher.
E é lamentável não perceber a contradição que isso significa.