Num contexto internacional caracterizado por colaborações frequentemente voláteis e influenciadas por interesses flutuantes, a parceria entre a Guiné-Bissau e a empresa chinesa CNFC destaca-se como um modelo de estabilidade, compromisso e benefício mútuo. Ao longo de mais de quarenta anos, esta empresa chinesa não apenas cumpriu rigorosamente os seus compromissos, como também se tornou um parceiro estratégico essencial para o desenvolvimento das pescas na Guiné-Bissau, demonstrando uma visão de investimento de longo prazo que transcende o mero interesse comercial.

Desde o início da cooperação, a CNFC tem pautado a sua atuação pelos princípios da responsabilidade e da fiabilidade, cumprindo rigorosamente os acordos firmados. Só em 2025, a CNFC forneceu mais de 4.000 toneladas de pescado ao mercado guineense, contribuindo para satisfazer as necessidades de proteína da população e tornando-se um pilar importante da segurança alimentar nacional.

A CNFC entrega o pescado diretamente ao Ministério das Pescas, permitindo que este controle os preços de venda — uma medida que melhora o poder de compra da população e garante que o peixe, fonte essencial de proteína, chegue às mesas das famílias guineenses a preços acessíveis.

O compromisso da CNFC com a Guiné-Bissau é dinâmico e acompanha os tempos. No quadro dos acordos bilaterais, a empresa opera atualmente 19 embarcações próprias, assegurando o abastecimento do mercado e sustentando a atividade económica do setor. Mais notável ainda é o seu papel de líder no desenvolvimento industrial das pescas: apesar dos constrangimentos provocados pela pandemia, a CNFC concluiu a construção de uma unidade integrada de processamento e conservação de pescado no Porto de Alto Bandim. Este investimento não apenas aumentou o valor acrescentado dos produtos locais, como também criou mais de 500 empregos diretos nas áreas de descarga, controlo de qualidade, transformação, venda, produção de gelo e manutenção de equipamentos. Além disso, formou uma geração de técnicos guineenses especializados em processamento de pescado, criando condições favoráveis para a futura exportação dos produtos guineenses para a China, a União Europeia e outros mercados internacionais.

No campo social, o percurso da CNFC é igualmente digno de destaque. Se no início cada embarcação empregava apenas cerca de três trabalhadores guineenses, hoje a empresa tem aumentado ativamente a contratação de guineenses, demonstrando respeito pelo capital humano local e um compromisso genuíno com o desenvolvimento comunitário. A presença regular de observadores guineenses a bordo das embarcações reflete a transparência e o espírito de cooperação em pé de igualdade.

No campo económico, a CNFC é um contribuinte fiável e responsável, pagando anualmente mais de 2 milhões de euros em impostos e taxas. A sua frota emprega mais de 200 trabalhadores guineenses, contribuindo de forma significativa para a redução do desemprego e o fortalecimento da economia local.

No campo da proteção dos recursos marinhos, a empresa apoia ativamente o Governo da Guiné-Bissau na implementação da política de defeso marítimo, participando em ações de vigilância e fiscalização, e prestando apoio logístico a inspetores e oficiais da marinha — um esforço amplamente reconhecido e elogiado pelas autoridades nacionais.

Em suma, a CNFC não é um simples explorador de recursos, mas sim um parceiro de longo curso que tem caminhado lado a lado com a Guiné-Bissau. Através do abastecimento do mercado, da criação de empregos, do investimento em infraestruturas estratégicas e da partilha de conhecimento técnico, a empresa consolidou-se como um aliado indispensável no presente e um pilar essencial para a construção de um setor pesqueiro guineense mais robusto, moderno e sustentável.

A CNFC é o espelho da cooperação pesqueira sino-guineense. Unindo os dois países através das pescas, esta parceria criou uma relação de ganhos mútuos entre governos, empresas e cidadãos, contribuindo com a sabedoria e a experiência chinesas para o desenvolvimento económico e social da região. Esta cooperação não só merece reconhecimento, como também deve ser celebrada como um exemplo bem-sucedido da cooperação Sul-Sul.

Por: Suaila Fonseca Cá

Diretora da Gabinete de Tecnologias de Informação e Comunicação do Ministério das Pescas e Economia Marítima