A crise política que assola a Guiné-Bissau há quase dois anos, constituiu um verdadeiro ‘quebra-cabeças’ e um dos pontos de agenda em debate ontem, 04 de junho 2017, em Monróvia (Libéria), para os líderes dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Os Chefes de Estado e do Governo no final da cimeira deram três meses para que os protagonistas da crise política possam chegar ao entendimento a nível interno.
Segundo o comunicado final da cimeira dos Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO, as forças de ‘ECOMIB’ vão manter igualmente três meses na Guiné-Bissau, no sentido de ajudar na manutenção da segurança do país.
FAURE GNASSINGBÉ ELEITO PRESIDENTE DA CEDEAO
Chefes de Estados elegerem também o Presidente togolês, Faure Gnassingbé, para um mandato de um ano, sucedendo assim a sua homóloga liberiana, Ellen Johnson Sirleaf.
Faure Gnassingbé, Chefe de Estado do Togo pediu, na sua intervenção, mais integração e incentivou um pouco de mobilidade mais econômica nesta área regional da África Ocidental, tendo assegurado que uma das decisões tomadas nesta cimeira é a construção de uma estrada entre Abidjan (Costa de Marfim) e Dakar (Senegal).
“Agora precisamos fazer saltos qualitativos visando único objetivo de fazer a nossa organização, uma CEDEAO dos povos. Brevemente vamos remover os últimos obstáculos ou barreiras que dificultam as nossas populações. Capacitar nossos jovens, incentivando a mobilidade económica na região, recorrer aos nossos empresários para usarem nosso potencial demográfico, apostar na agricultura e industrialização… Temos tantos desafios para enfrentarmos juntos para o desenvolvimento de nosso povo “, disse o presidente do Togo.
ISRAEL EM PRIMEIRO PLANO
A cimeira foi marcada pela ausência do rei Mohammed VI de Marrocos, que cancelou sua visita últimas horas, oficialmente por causa da presença de outro convidado especial que é o Primeiro-ministro israelita, Benyamin Netanyahu.
“Israel está de volta em África e África está de volta em Israel. Espero que possamos alcançar dois acordos muito importantes para aprofundar a nossa cooperação”, reconheceu o primeiro-ministro de israel, acrescentando ainda que o seu país abriu duas novas missões comerciais, designadamente uma na África Ocidental e outra na África de leste.
Para Emmanuel Nahshon, porta-voz do ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel pode trazer muitos benefícios para o continente Africano.
“No domínio da agricultura, água, tecnologia também no campo da segurança, eu acho que há um diálogo muito importante que está tomando forma entre Israel e os Estados da África Ocidental. A palavra-chave é de parceria e cooperação, e é isso que fizemos hoje durante o dia”, notou.
Foi igualmente anunciado durante a cimeira um plano de investimento de Um (01) bilhão de dólares norte-americanos em energia renovável, da parte do governo hebraico. O desafio para Israel é fortalecer as relações econômicas. A presença de Benyamin Netanyahu na cimeira de Monróvia, teve impacto imediato, dado que conseguiu-se o levantamento de retaliação diplomática de Israel “vis-à-vis” ao Senegal.
Recorde-se que desde o dezembro de 2016, depois de alguns países, incluindo o Senegal terem votado uma resolução da ONU que condena assentamentos israelitas, o governo israelita decidiu na altura retirar o seu embaixador e cancelou seu programa de ajuda ao Senegal.
Ontem, tudo foi perdoado. O retorno de um embaixador de israel em Dakar e a retomada da cooperação entre os dois países foram decididos.
Entretanto, o pedido de adesão do reino de Marrocos à CEDEAO é um dos assuntos analisados pelos Chefes de Estado e do Governo, durante a cimeira de Monróvia. A decisão final será tomada na próxima cimeira desta organização sub-regional em dezembro do ano em curso, em Lomé (Togo).
De referir que o Níger foi representado na cimeira por seu embaixador. De acordo com fontes próximas às autoridades nigerinas, Mahamadou Issoufou, Presidente de Níger, recusou o convite devido à presença do primeiro-ministro de Israel. Níger não tem relações diplomáticas com Israel durante anos.
Por: Redação
O Democrata/Pressafrik



















