O Bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau (OJGB), Professor António Nhaga afirmou hoje, 16 de junho 2017, que a intenção do Primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló em trazer jornalistas ‘amigos’ estrangeiros para ‘informarem melhor’ a sociedade guineense, vai contra os princípios éticos do jornalismo. O jornalista acusou a classe política guineense de dividir o país com seu “discurso”.
António Nhaga falava aos jornalistas à saída de uma audiência mantida esta sexta-feira com o Conselheiro Coordenador do gabinete de Informação e Comunicação do Primeiro-Ministro, Rogério Gomes Dias. Durante o encontro que durou cerca de duas horas, os dois responsáveis abordaram diferentes aspetos da comunicação social guineense. A reunião vem na sequência da último posicionamento da Ordem de Jornalistas em repúdio às declarações de Umaro Sissoco Embaló.
O também professor universitário e editor de O Democrata, disse ainda que o Estado guineense não dispõe de uma política de comunicação, manifestando-se a disponibilidade da sua organização, caso as autoridades nacionais optarem na elaboração de uma política para o setor dos media.
“Nós não vamos admitir nunca o discurso de dizer que vão trazer outros jornalistas para o país. Se disserem isto, nós também estaremos em direito de dizer que vamos trazer a classe política doutro lado para vir fazer política no país. O Estado tem que definir as política pública da comunicação na Guiné-Bissau. Nisto estamos abertos para dar a nossa contribuição”, alerta o Bastonário.
Nhaga considera que a classe política guineense, não compreendeu que há efeito chamada de dimensão do ‘Diabo Neutral’ dos media, acrescentando que os políticos estão a destruir o país com os seus discursos políticos.
“Nós estamos a fazer o nosso trabalho com qualidade, por isso, subimos no ranking mundial da liberdade de imprensa. Isto é visível, não há dúvidas neste aspeto, portanto nós continuamos com a nossa posição de dizer que não gostamos do discurso infeliz e surrealista do Primeiro-ministro, porque não traz nada de novo”, sublinha.
Para o Bastonário da Ordem dos Jornalistas Guineenses, só quem conhece ‘Gnayé’ – [uma tradição da etnia Balanta] e suas danças pode exercer a profissão de jornalismo na Guiné-Bissau, fazendo referência aos jornalistas estrangeiros mencionados pelo chefe do executivo guineense, concluindo que apenas os profissionais da imprensa nacional podem fazer a boa imagem do país, porque os “forasteiros” estarão perante um fato estranho e uma realidade cultural diferente a deles.
Recorde-se que Umaro Sissoco Embaló manifestou recentemente a intenção de trazer os jornalistas estrangeiros para melhor informarem os guineenses, justificando que a sociedade da Guiné-Bissau está a ser mal informada sobre a vinda ao país de uma do Comité de Sanções das Nações Unidas.
Por: Sene Camará

















Infelizmente muitos politiqueiros chamados de políticos que do bom não aportam nada para o bem estar da nação. Se nos fizecem a todos um grande favor e desaparecerem da vida pública o povo agradecia bastante.