A nova direção de Federação de Boxe da Guiné-Bissau, recentemente eleita, diz estar determinada a encarar uma luta ‘sozinha’ para erguer a modalidade de boxe num país denominado pelo futebol. O desafio levou os dirigentes a investirem seriamente na aquisição de materiais profissionais para abertura de duas academias de boxe, um no centro da cidade (Bissau Velho) e outro no bairro de Cuntum (estrada de SITEC).
A federação com o apoio do Comité Olímpico da Guiné-Bissau conseguiu trazer, ao país, conceituado treinador de boxe, João Carlos de Barros, para ministrar curso técnico de boxe a 25 jovens técnicos recrutados, dentre os quais algumas raparigas. João Carlos de Barros é um cidadão guineense nascido em Bolama, que se formou em Cuba e depois voltou ao país para trabalhar, mas acabou por deixar a Guiné-Bissau a procura de melhores condições de vida.
Barros vive no Brasil há mais de 20 anos, onde trabalha como técnico de boxe e inclusive formou atletas brasileiros que venceram competições internacionais e jogos olímpicos na modalidade de boxe. A direção da federação de boxe revela que João Carlos de Barros aceitou o convite de vir para guiné como parte da sua contribuição para a sua pátria, para contribuir na promoção desta modalidade “relegado para último plano no país”, sublinha.
A federação conta no momento com 20 atletas cadetes que praticam o boxe nas duas academias. A federação diz que não pretende recrutar grande número de alunos, mas sim um número reduzido nesta primeira fase que facilita os trabalhos dos técnicos. E no futuro a federação pretende abrir mais academias na capital e nas grandes regiões do país.
SALIU SANHÁ: ‘VONTADE É A NOSSA PRINCIPAL ARMA PARA ERGUER A MODALIDADE DE BOXE NESTE PAÍS’
Presidente da Federação de Boxe na Guiné-Bissau, Mamadu Saliu Sanhá, disse que conseguiram ultrapassar todas as respectivas inicialmente previstas na altura do empossamento da sua direção, tendo frisado que os materiais montados nas duas academias que estão em funcionamento é o sinal de empenho e do sentido de seriedade e de trabalho da sua direção.
“Dois atletas guineenses que praticam boxe entre a França e Inglaterra, estiveram recentemente no país e conseguiram visitar as duas academias. Ficaram muito satisfeitos com a dedicação da direção que conseguiu trazer ao país materiais de treino que estão a ser usados neste momento na Europa e nos Estados Unidos de América. Confessaram ainda que nem todas as academiais da Europa têm os referidos equipamentos. Aqui temos sacos de água, ou seja, equipamentos de boxistas profissionais”, realçou.
O responsável máximo da federação de boxe guineense assegurou ainda que o próprio professor conceituado de boxe, João Carlos de Barros, que a direção trouxe para formar os jovens treinadores, reconheceu e enalteceu o esforço da federação em equipar academias com materiais sofisticados.
Mamadu Saliu Sanhá revela que até ao momento da entrevista não tinham recebido nenhum apoio do Governo da Guiné-Bissau para implementação dos projetos elaborados pela federação de boxe. Sublinhou ainda que a federação está sempre aberta e a espera que no futuro próximo possa merecer uma atenção especial das autoridades nacionais.
“Não recebemos apoio de ninguém, ou melhor, de nenhuma instituição tanto interno como externamente. Os projetos estão a ser implementados graças à vontade da direção que é constituída pelas pessoas que decidiram dar todas as suas energias e meios disponíveis com o objetivo de erguer a modalidade de boxe na Guiné-Bissau. A vontade é a nossa arma principal, mas estamos a contar nesta caminhada com grande apoio de Comité Olímpico da Guiné-Bissau, como também dos atletas guineenses que estão no exterior que manifestaram a intenção de apoiar a federação”, contou.
JOÃO CARLOS PEDE AUTORIDADES GUINEENSES A APOIAR FEDERAÇÃO DE BOXE
O treinador de Boxe, João Carlos de Barros, explicou durante a entrevista ao semanário ‘O Democrata’ que iniciaram um trabalho de formação de novos treinadores em parceria com a Federação Guineense de Boxe, que começa com um curso que possibilitará os guineenses a tomarem parte nas grandes competições internacionais.
Assegurou ainda que a Guiné-Bissau poderia ter a tradição boxista à semelhança de alguns países, contudo, sustentou que “infelizmente” muitas coisas passaram debaixo da ponte e não deram certo, por isso o trabalho iniciado no passado foi retomado e que espera agora sirva de ponta-pé de partida.
“Estamos a iniciar um trabalho com os atletas de boxe e formando jovens técnicos que vão lecionar e treinar as equipas da Guiné-Bissau e quem sabe futuramente podemos ter um verdadeiro campeão guineense. Algumas pessoas recrutadas aqui como treinadores já foram os meus alunos há 20 (vinte) anos. Têm no mínimo uma aceitável e um pouco de conhecimento de boxe, portanto acredito que o curso ora ministrado é a oportunidade para trabalharem como treinadores de boxe, ou melhor, formar futuros campeões internacionais de boxe”, referiu.
Sustenta, no entanto, que do ponto de vista do técnico de boxe, os guineenses não podem ficar de braços cruzados, mas sim é preciso resgatar a tradição boxista à semelhança de outros países. No entanto, referiu que o guineense é uma ‘espécie’ forte que tem coração no meio de peito, muito valente e não teme a ninguém.
Neste sentido, João Carlos assegurou que é possível trazer os atletas guineenses de boxe que estão fora para se prepararem na Guiné-Bissau durante dois meses a fim de participar no campeonato internacional. Acrescentou ainda que para isso é preciso que sejam criadas algumas condições de treinamento bem como do alojamento para os atletas.
Enalteceu por um lado, a inciativa da federação de boxe que diz trabalhou seriamente para a criação de academias de treino com o intuito de formar futuros campeões. Frisou que a academia albergou crianças e jovens que estão a treinar e que dentro de período de seis meses ou um ano é possível organizar internamente uma competição de boxe com atletas bem preparados tecnicamente.
“O campeão não se forma em dois dias, mas sim com um tempo suficiente passando por certas fases nomeadamente fase de iniciação que pode durar até seis meses para ser um boxista iniciador e depois dessas fases, vai enfrentar pelos menos 60 lutas para depois representar o país nas competições internacionais”, advertiu.
Sublinhou ainda que a federação deve trabalhar na promoção de cursos ligados a boxe para que os jovens técnicos da área possam ter o domínio, conhecimento, ou seja, entender e dominar as técnicas a fim de poderem passá-las para as crianças que futuramente vão representar o país.
“Um jovem que não tem futuro a vista, deve fazer o boxe, porque é um meio de subsistência, ser um grande boxista e campeão vai ganhar muito com isso. No Brasil tenho atletas que começaram de nada, mas depois de três, quatros anos começaram a dar resultados e ganhar dinheiro, portanto um boxista de qualidade pode gozar a sua vida de uma forma tranquila”, exortou.
Aproveitou o microfone do semanário ‘O Democrata’ para apelar às autoridades nacionais no sentido de olharem um pouquinho mais para as modalidades que são menos praticadas no país, principalmente o boxe e não só, como também as outras modalidades desportivas. Pediu ainda às autoridades no sentido de apoiarem na construção de ringues de combates nas escolas públicas como forma de incentivar as crianças à prática desta modalidade.
Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo Ncanha Na Ritche


















Gostava de saber o porque de o mentor e fundadir deste projeto nunca vem referenciado em toda a reportagem… É estranho mas mais ainda desencorajador para que quer fazer alguma coisa pelo país.acho que da vossa parte merecia uma retratação. De cesesar o que é de cesar… Nem mais nem menos!
Esta noticia é falça a Fedeção de Boxe tas a mentir,academia é do Adelino da Costa Island Braima Manba Personal treiner in Punch Bissau fitness Center.no foto tou com Camisola azul.