Editorial: QUEM PAGARÁ A FATURA PELA ELIMINAÇÃO DOS “DJURTUS”?

A eliminatória da selecção nacional na segunda fase da pré-eliminatória frente a uma selecção ao nosso alcance é inaceitável. Não pelo comportamento dos nossos jogadores que são verdadeiros patriotas, mas sim por causa da incompetência dos responsáveis da nossa federação bem como a inoperância da Direção-Geral dos Desportos.

Já não é hora de admitir os erros por causa da incapacidade organizativa das pessoas, pelo que os responsáveis da Federação Nacional e da Direcção-Geral dos Desportos no mínimo que poderiam fazer é pedir o povo guineense desculpas já que não estão a pensar em dimitir-se. O presidente da Federação Nacional de Futebol, Manuel Irénio Nascimento Lopes deveria demitir-se das suas funções, porque não foi capaz de dirigir a sua organização de forma adequada.

Aliás, ele mesmo admitiu que não sabia nada de futebol e pelos vistos nem sequer dos aspetos administrativos sabe. Senhor presidente o melhor que pode fazer neste momento é ter a coragem e a humildade de se demitir, a fim de salvaguardar um pouco da sua dignidade que resta. É bom que fique claro que nenhum cidadão guineense está contra a pessoa de Manelinho, mas sim, está-se a exigir a responsabilidade à pessoa que assumiu as funções de presidente da instituição máxima do futebol da Guiné-Bissau com a promessa de trabalhar para mudar a situação que se registava naquela organização.

Se o senhor não quer que seja julgado pelos seus atos, então é melhor demitir-se das suas funções e voltar para a sua casa. Já em casa, claro que ninguém vai lhe encomodar, se calhar à única coisa que será pedida é apresentação das contas da federação através de uma auditoria responsável.

Todo o mundo sabia que era muito difícil mudar o resultado do jogo a favor da turma nacional que sofreu dois golos em Gaborone (Botoswana). Mas no entanto, tinhamos a ansiedade de ver os nossos meninos a representar as corres nacionais que é um orgulho para todo o guineense. Dezenas (ou centenas?) de milhões de Francos CFA foram queimados nesta operação da pré-eliminátória, mas o resultado não por foi além da incapacidade dos dirigentes da federação associada à desorganização da Direção-Geral dos Desportos. Produto final foi a eliminação dos “Djurtus”.

Inacreditável aquela vergonha de amplitude nacional a que a federação fez passar os nossos jogadores por causa da documentação, desde vistos de trânsito e passaportes de Portugal que alguns dos nossos atletas portavam para representar as cores nacionais. Para o Zé-povinho de Bandim este é um pecado imperdoável.

Como é que o “todo-poderoso”, Manelinho explica a retenção de jogadores no aeroporto dos Joanesburgo (África do Sul) por falta de vistos de entrada e de passaporte? Mesmo com toda “barraca” cometida pela federação devido a sua desorganização, os dirigentes federativos não tiveram a humilhdade de pedir o Zé-povinho de bandim disculpa, mas sim, resolveram “escovar” pessoas que lhes criticaram. simplesmente.

Os Djurtos foram eliminados em Gaborone desde a primeira mão e o responsável pela eliminação da nossa seleção é a Federação Nacional de Futebol que cada vez está a demonstrar a sua incapacidade em gerir os assuntos de futebol. Esta situação da desorganiação teve um grande apoio da Direção-Geral dos Desportos que está inoperante, ou seja, que não tem nenhuma política definida de futebol nacional.

Não se está a pedir que a Direção-Geral dos Desportos se emiscuie nos assuntos da federação, mas pelo menos devia ajudar na organização daquela casa. Por exemplo pode ajudar na preparação da viagem dos jogadores para o exterior. Talvez se tivesse colaborado ou ajudado, sob o suporte do ministério dos Negócios Estrangeiros, a seleção não depararia com o problema da falta de vistos de trânsito para a entrada ao Joanesburgo, como também ia resolver problemas de passaportes dos jogadores que viajaram com passaportes portugueses para representar a seleção nacioal da Guiné-Bissau.

Para o povo guineense o maior culpado pela não qualificação dos “Djurtos” para a fase da eliminatória para a Taça da Confederação Africana de Futebol (CAF) é a Federação Nacional de Futebol da Guiné-Bissau e a Direção-Geral dos Desportos, que demonstraram a incapacidade e a inoperância na resolução ou gerência de assuntos de futebol. Por isso, no mínimo devem pedir desculpa ao povo guineense.

Por: Redação

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