COLETIVO DE PARTIDOS POLÍTICOS CONDICIONAM FIM DA CRISE COM ACORDO DE CONACRI

Os Partidos Políticos guineenses agrupados no “Coletivo dos Partidos Políticos Democráticos” declaram que a luta política encarrada pelo grupo só termina com aplicação, na íntegra, do Acordo de Conacri, um instrumento adoptado em Outubro de 2016, pelos seus signatários, para o fim do impasse político na Guiné-Bissau.

A posição do Coletivo conhecida hoje, 16 de fevereiro de 2018, vem, segundo os mesmos partidos, na sequência das movimentações de últimos dias protagonizadas por grupos de cidadãos e figuras políticas, em reação às sanções da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) aplicadas a 19 cidadãos guineenses que terão obstaculizado o cumprimento do documento saído de Conacri.

Em conferência de imprensa, o coletivo diz estar contra as sanções, mas lembra de que se o diálogo tivesse sido escolhido como instrumento para se chegar a um consenso entre protagonistas da crise, sobre o nome saído de Conacri, não teria havido resistências, ou seja, a crise teria chegado ao fim.
Ruth Monteiro do Movimento Patriótico, por exemplo, encarra as sanções “como princípio e o fim da impunidade na Guiné-Bissau”, por isso defende que a luta política desencadeada pelo grupo do qual o seu partido faz parte, só termina com aplicação do Acordo de Conacri.

Numa explicação pormenorizada Domingos Simoes Pereira, líder do PAIGC e presidente deste coletivo, deixa claro que as organizações internacionais ou comunitárias (União Africana e a própria CEDEAO), não tomam medidas tão sensíveis de forma autónima ou aleatória, sem fazer um trabalho de casa. Ou seja, recorrem a canais próprios e em sintonia com outras entidades, antes de serem tornadas públicas.

O presidente do PAIGC diz acreditar, por isso, que os 19 guineenses na lista da CEDEAO como pessoas que estão a bloquear a situação da paz na Guiné-Bissau foram objeto, “de certeza”, de uma análise pormenorizada do seu comportamento tanto agora como nos últimos tempos.

Domingos Simões Pereira aconselha, neste sentido, que é ainda momento de reconsiderarem as suas posições e recuarem, pedindo desculpa ao povo e às instituições do Estado e abdicar-se de posição de confronto e de desvalorizar as decisões tomadas ao nível internacional, caso contrário, alerta, que “a posição de ignorância dos sancionados não será suficiente para lhes proteger em circunstância nenhuma”, nota.

Contudo, na observação feita por líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o mais importante neste momento é que os inocentes não sejam apanhados nessa situação.

Simões Pereira reafirma que o coletivo jamais fará recurso a qualquer instrumento fora da Constituição da República e demais leis do país, “portanto esse é um problema político vamos resolvê-lo através de instrumentos políticos”, sublinha, lembrando ao mesmo tempo que não há outra alternativa, senão o cumprimento escrito e escrupuloso do Acordo de Conacri.

“A nossa posição mantém-se firme e estamos determinados em defesa da Democracia e de Estado do Direito na Guiné-Bissau”, refere Simões Pereira.

Nuno Nabiam da Assembleia de Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDG) defende, por sua vez, que as sanções fossem estendidas à figura de José Mário Vaz, Presidente da República, por ser fator de divisão no PAIGC e de demitir o governo de PAIGC saído das urnas nas últimas eleições legislativas de 2014.

Na mesma conferência de imprensa, Idrissa Djaló do Partido da Unidade Nacional (PUN) diz estranhar por que só ontem (15 de Fevereiro ), José Mário Vaz se desloca a Estado-Maior das Forças Armadas.

A Um – União para a Mudança- pela voz do seu presidente, Agnelo Regalla, espera que o Procurador-geral da Republica, Bacar Biai, se posicione sobre ameaças lançadas “de banho de sangue no país”. Regalla justifica a sua posição, lembrando que um veterano de guerra, em análise à situação da crise na Guiné-Bissau, teria alertado que o país estava na eminência de um golpe de Estado e foi preso por isso.

 

 

Por: Filomeno Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche

2 thoughts on “COLETIVO DE PARTIDOS POLÍTICOS CONDICIONAM FIM DA CRISE COM ACORDO DE CONACRI

  1. Resta ao presidente da republica dissolver a ANP e convocar novas eleicoes legislativas,ate porque estamos no fim da legislatura.

  2. Na verdade sem o cumprimento do acordo do konakry,a crise politica cotinuara ate o fim do mandato.

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