O Diretor-geral da Radiodifusão Nacional (RDN), Mama Saliu Sane, anunciou esta quinta-feira, 10 de setembro de 2020, que a sua direção perspetiva, para a próxima semana, transformar o centro de retransmissão de Gabú numa rádio local. Os conteúdos programáticos, segundo Sane, serão geridos pela direção central, tendo justificado que a região de Gabú, em termos políticos, sociais e econômico, representa “ganhos incontáveis”.
A intenção foi anunciada à margem das celebrações dos quarenta e seis anos da existência da Radiofusão Nacional, criada a 10 de setembro de 1974. O 46º decorre sob o lema “RDN face aos desafios das novas tecnologias de informação e de comunicação”.
Mama Saliu Sane realçou que a RDN, desde a sua criação, tem dado a sua contribuição na divulgação dos objetivos de desenvolvimento do milénio e no seguimento da sua aplicabilidade, sublinhou que o papel dos media na consolidação da paz e da democracia “é oficialmente reconhecido pela sua capacidade de influenciar e potenciar a responsabilização dos governos na execução de políticas públicas e na forma como os mesmos respondem às necessidades e direitos da população.
Saliu Sane informou que os maiores desafios e as grandes dificuldades consentidas pela “rádio mãe” foi quando perdeu o monopólio da informação radiofónica no pais e que as contradições começaram quando os governos experimentaram dificuldades de coabitação com o princípio da liberdade de imprensa, que rejeita a manipulação e a instrumentalização políticas dos órgãos de informações e dos homens da imprensa.
Admitiu que neste momento, a RDN enfrenta uma situação de conjuntura nacional e internacional bem mais difícil perante a liberdade de comunicação, que possibilitou a existência de incontáveis cadeias de comunicação social rivais, onde algumas ou quase todas precisam de recursos para sobreviver no mercado “como é o caso da RDN “.
Por sua vez, o Secretário de Estado de Comunicação Social, Conco Turé, enfatizou o papel da comunicação social na promoção dos valores morais cívicos e culturais de uma nação e, particularmente, na mobilização do esforço coletivo para a paz, a estabilidade e a consolidação do desenvolvimento da Guiné-Bissau. Sublinhou que o governo está engajado “seriamente” em fazer do setor da comunicação uma das suas prioridades, com o propósito de disponibilizar informação de qualidade para todo o povo guineense, garantindo a cobertura nacional das emissões dos órgãos públicos, através da aquisição de novos equipamentos.
Igualmente anunciou que pretende colocar as emissões da RDN e TGB na plataforma de uma das operadoras de difusão internacional, brindando a diáspora com a possibilidade de seguirem a atualidade do país em tempo real.
“Por outras palavras internacionalizar a rádio e a televisão nacional, dando a possibilidade à nossa diáspora de consumir o que é nosso e saber o que se passa na Guiné-Bissau”, enfatizou o governante, lembrando que o lema escolhido para celebrar os 46 anos da RDN reflete algo pertinente, tendo em cota aos desafios globais e o contexto da era digital “em que o país está inserido”.
Por Carolina Djemé
