PRESIDENTE NIGERINO PROMETE APOIAR O PAÍS PARA O LEVANTAMENTO DE SANÇÕES AOS MILITARES GUINEENSES

O chefe de Estado do Níger, Mahamadou Issoufou, disse que o seu país fará o esforço necessário, enquanto membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para criar as condições que permitirão o levantamento das sanções impostas a cinco oficiais militares guineenses, tidos como protagonistas do golpe de estado de 12 de abril de 2012. 

O presidente do Níger fez esta promessa durante a conferência de imprensa conjunta com o chefe de Estado guineense, Úmaro Sissoco Embaló, no fim da sua visita de algumas horas ao país, no âmbito do fortalecimento de relações de cooperação entre os dois países. O Níger deixou para Gana a presidência da conferência de chefes de Estado e do Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e tornou-se, desde janeiro deste ano, membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde, a partir deste mês (setembro), assume a presidência rotativa daquele órgão.  

O Conselho de Segurança da ONU aplicou sanções a oficiais militares guineenses envolvidos na alteração da ordem Constitucional em 2012, através de uma lista encabeçada pelo então chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, General António Indjai e o atual vice-chefe Estado-Maior General das FA, Mamadu Turé”Nkruma”. A lista inclui ainda o Inspetor-geral das Forças Armadas, General Estêvão Na Mena, o chefe de Estado-Maior da Força Aérea, General Ibraima “Papa” Camará e o atual presidente do Tribunal Superior Militar, Brigadeiro-general Daba Naualna. 

O chefe de Estado nigerino, Mahamadou Issoufou, recordou que o seu país, desde janeiro do ano em curso, tornou-se membro não permanente do Conselho de Segurança e que assumiu a presidência rotativa daquele órgão em setembro. Garantiu, na mesma comunicação, ao seu homólogo guineense a vontade do Níger em trabalhar no reforço da normalização da situação política na Guiné-Bissau.  

“O desejo é ver a Guiné-Bissau estável e que haja a paz e a segurança, que são as principais condições para alavancar o desenvolvimento económico e social de que a população da Guiné-Bissau necessita. Eu penso que o levantamento das sanções dependem destas condições e do acompanhamento que devemos fazer para ajudar a Guiné-Bissau a virar a página, definitivamente, da fase da crise política que o país tem vivido nos últimos anos” assegurou o Presidente do Níger.

Garantiu neste particular que o seu país fará o esforço necessário, enquanto membro não permanente do Conselho de Segurança, para criar as condições que permitirão o levantamento das sanções dos militares guineenses.

Questionado sobre o que a visita do Presidente do Níger pode representar para a Guiné-Bissau, Sissoco Embaló frisou que é um sinal de que o país está a ser reconhecido a nível internacional, porque “nem todos os dias presidentes como Issoufou visitam a Guiné-Bissau, não só a Guiné como em vários países. Um estadista reconhecido pela comunidade internacional” realçou.

Para o chefe de Estado guineense, a visita de MahamadouIssoufou à Guiné-Bissau deve ser encarada como um marco de referência e lembrou que, devido à situação vivida há vários anos, o país não tinha recebido uma visita desta natureza, mas a presença de alguns Presidentes nos últimos tempos ” é sinal de que estamos a deixar para trás as crises vividas até aqui”.  

Embaló reconheceu que infelizmente vários países enfrentam o terrorismo no mundo, mas assegurou que a Guiné-Bissau não foi confrontada ainda com uma situação parecida. Frisou que “neste domínio somos salvos graças a Deus e ao não deparamo-nos com situação do terrorismo e do crime organizado”.

“Estamos a enfrentar outra situação que é a questão dos narcotraficantes que estamos a combater desde que assumi essas funções. É um combate quotidiano desde que chegamos, mas também deparamo-nos com problemas da corrupção”, contou.


Por: Filomeno Sambú/Assana Sambú

Foto: Marcelo Na Ritche 

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