UNTG ACUSA O GOVERNO DE “FALTA DE VONTADE” NO CUMPRIMENTO DE ADENDA AO MEMORANDO

Em conferência de imprensa, esta segunda-feira, 09 de novembro de 2020, João Domingos da Silva nega que tenham  sido convocados pelo governo para uma reunião negocial, e a quem acusa de “estar a intimidar” os trabalhadores.

“Mensagens indenizatórias contra os trabalhadores. A lei está clara. Posso exigir o meu direito e tenho consciência clara de que não vou ser pago nos dias da greve. Mas o governo não deve intimidar os trabalhadores para não aderirem à greve” lamentou, acusando o Ministério das Finanças de ter usurpado as competências do Ministério da Administração pública.


João Domingos da Silva contou que o maior desafio da UNTG é a despartidarização da Administração pública, defendendo que o país deve moralizar a sua administração pública e ter “quadros competentes e capazes” de corresponder aos desafios de um Estado.


O sindicalista disse que a UNTG tem agido sempre de boa fé e que a central sindical tem sido impurada pelos sucessivos governos para paralisar a função pública.


O parta-voz acusa ainda o governo de ter bloqueado, há mais de 5 meses, a subvenção atribuída às centrais sindicais e à sociedade civil.

“Estamos unidos e determinados na luta pela defesa dos trabalhadores guineenses. É muito grave ver os filhos de governantes a serem nomeados sem obedecer aos critérios de concurso público” disse, exigindo a revogação imediata de todas as nomeações efectuadas nos diferentes ministérios.


“É preciso que seja devolvida a folha de salário ao Ministério da função pública, enquanto gestor de recursos humanos. Os dados do ministério das Finanças apontam para 33.197 funcionários e os do Ministério da função pública são de 26.263 funcionários. É muito grave!” denunciou.
A UNTG estima uma adesão à greve de 70% de funcionários públicos.


“Uma parte da Educação, saúde, justiça, contribuição de imposto, primatura, alfândegas estão todos em greve. Não nos estranhamos que alguns funcionários não adiram à greve. Tem a ver com a fragilidade institucional. As pessoas são amedrontadas” disse, denunciando o ingresso “desenfreado” dos militantes dos partidos políticos na administração pública guineense.
O sindicalista acusa o diretor da Radiodifusão Nacional de ter ordenado a suspensão do programa da UNTG naquela estação emissora.


“O diretor da RDN deu instrução para suspender  o programa e não nos comunicou a decisão e nem nos enviou uma nota para nos dizer que o programa só sai mediante o pagamento mensal que fazíamos de 120 mil francos FCFA” acusou. 

Por: Tiago Seide

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