A nova maioria parlamentar na Assembleia Nacional Popular (ANP) composta pelo Movimento para Alternância Democrática (MADEM), Partido da Renovação Social (PRS), Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), foram unanimes em dizer que de momento não há crise que justifique o derrube da Assembleia.
Ouvidos esta quinta-feira, 17 de dezembro de 2020 após audiência separada no palacio da Republica sobre a intenção do Presidente da República,Úmaro Sissoco Embaló, de derrubar a Assembleia.
Na ocasião, o Coordenador Nacional do Movimento para Alternância Democrática (MADEM), Braima Camará, disse que tudo está a correr bem e o que acontece na ANP não passa de um “exercício democrático” e de debate de ideias.

“Do nosso ponto de vista enquanto MADEM, não há nada que justifique a dissolução da Assembleia Nacional Popular” realçou.
Acrescentou que a prova de que não há crise é por ter um presidente de República eleito que tem influência no exterior, um governo cujo Orçamento Geral do Estado (OGE’2021) já foi aprovado, tendo cumprido assim seus deveres. Para Camará, todas estas condições fazem com que o derrube da ANP se torne injustificável.
“Vamos continuar este debate democrático, porque a diferença de pontos de vista não significa inimizade, insultos, violência. E vamos continuar a contribuir para que o país possa continuar a respirar este ar, esta credibilidade do qual estamos a gozar…” realçou.
O lider do MADEM G-15 assegurou que estão disponíveis para um diálogo inclusivo com os outros partidos e atores políticos porque o país precisa dos seus filhos e também para que, dentro dos limites normais, seja realizada uma eleição precedida de um recenseamento de todos os guineses com idade a partir dos18 anos, garantindo a oportunidade de votar a todos.
Por seu lado o Secretario Geral do Partido da Renovação Social (PRS), Florentino Mendes Pereira disse que o presidente mostrou-se preocupado com o que acontece no hemiciclo tendo em conta algumas reações.

“E penso que deve haver uma moderação por parte dos deputados e continuarmos a trabalhar na espectativa de estabilização do país” disse.
Disse que o Chefe de estado pediu-lhes a moderação, para se evitar querelas partidárias e pessoais para que possam debruçar-se sobre os assuntos importantes para o país.
“Fizemos compreender que nós, grupo parlamentar do PRS, não temos tido este comportamento e optamos para um debate mais construtivo enquanto parlamentar” disse.
Mendes Pereira assegurou que o derrube da ANP não foi objeto da conversa com o Sissoco Embaló, mas disse que para o seu partido não há crise que possa justificar a dissolução da ANP.
Um dos dirigentes do Partido da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné (APU-PDGB), Jorge Mandinga disse que transmitiram ao Chefe de Estado de que estão convictos que os deputados vão esforçar-se para a mudança de “linguagem” entre eles, e podem ultrapassar as divergências de opiniões que existem.

“Nós não achamos que com estas condições, que haja motivos para dissolver a Assembleia, mas compete constitucionalmente ao Presidente de República avaliar a crise que disse existir e a partir daí tomar as respetivas medidas” disse.
E concluiu que pode ser melhorado o relacionamento entre os deputados.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: E.M



















