LEGADO DE LEOPOLDO AMADO BENEFICIARÁ CERCA DE 400 MILHÕES DE HABITANTES DA SUB-REGIÃO – diz CEDEAO

O diretor para as áreas da educação, ciência e cultura da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Abdoulaye Maïga, afirmou que o legado do Professor Leopoldo Amado beneficiará cerca de 400 milhões dos habitantes da África de Ocidental e outras regiões do continente.

Abdoulaye Maïga fez essa observação à saída da audiência entre a delegação da comissão da CEDEAO que transladou a urna funerária com os restos mortais do Professor Leopoldo Amado, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian.

Na manhã desta quinta-feira, 04 de fevereiro de 2021, a delegação chefiada pela  a sereolenesa Finda Koroma encontrou-se com o primeiro-ministro da Guiné-Bissau para informá-lo da situação do desaparecimento físico do Comissário da CEDEAO para a área da Educação, Ciência e Cultura, Professor Leopoldo Amado.

Em declaração aos jornalistas, no Palácio do governo, Abdoulaye Maga disse que não se pode de uma só vez os trabalhos desenvolvidos por Leopoldo Amado, desde que assumiu as  funções do Comissário. Contudo, destacou o mecanismo que permitiu os chefes de Estados e do Governo da CEDEAO adotarem aquilo que “chamamos a nível da organização de Atos Adicionais”, equivalência dos diplomas,  a retoma do festival da África Ocidental para área da cultura, realização do fórum africano de investigadores e da inovação.

“Não podemos explicar todo o trabalho feito por ele desde que assumiu as funções do Comissário. Apenas vou falar-vos do seu engajamento no projeto da educação que tínhamos há mais de dez anos e que não conseguíamos encontrar uma solução sobre a questão da equivalência do diploma a nível da nossa sub-região. Estávamos naquela situação sem conseguir uma única saída”, frisou.

Destacou que com a sua nomeação do Professor Leopoldo Amado para o cargo do Comissário para as áreas da Educação, Ciência e Cultura,  a CEDEAO conseguiu encontrar um mecanismo que permitiu os chefes de Estados e do Governo da CEDEAO adotarem aquilo que “chamamos a nível da organização de Atos Adicionais”, que nos “permitiu finalmente  encontrarmos um mecanismo de equivalência em termos do diploma a nível da nossa sub-região”.

Abdoulaye Maga enfatizou que a nível da África não foi só possível conseguir este mecanismo, como também a CEDEAO dispõe da convenção da Abuja (Nigéria). Acrescentou que, depois do processo da Bolonha (Itália) ou dos Europeus, era preciso que os africanos encontrassem também um mecanismo para o mesmo.

“Tínhamos no início a convenção de Adis-Abeba (Etiópia) e que se tornou mais tarde na convenção de Arusha (Tanzânia) para a equivalência dos diplomas, mas a África não conseguiu, infelizmente, criar uma convenção para a equivalência dos diplomas”, disse.

“Nós, a nível da CEDEAO,  graças ao Professor Leopoldo Amado conseguimos ter um texto que nos permitiu  fazer a equivalência dos diplomas, portanto este é o primeiro legado. O segundo legado que podemos referir é a retoma do festival da África Ocidental para a área da cultura. É um festival que se enquadra no quadro cultural da CEDEAO e que foi instituído desde 1987, mas não tínhamos conseguido organizá-lo, não obstante os esforços feitos pelo Secretariado da CEDEAO”, contou.

Segundo Abdoulaye Maga, em 2020, conseguiu-se criar todas as condições necessárias para realizar a primeira edição do festival, mas por causa da pandemia do coronavírus tudo defraudou, portanto “este é o seu segundo legado que nos deixou”.

Abdoulaye Maga explicou que o terceiro legado deixado pelo Professor Amado, que dirigia os três setores: a Educação, a Ciência e a Cultura foi, segundo Maga, o “trabalhar sério” ligado à realização do fórum africano de investigadores e da inovação que, segundo o diretor para área da educação, ciência e cultura da Comissão da CEDEAO, a organização não tinha também conseguido realizar antes da chegada do Professor Amado.

“Em 2020, o Professor conseguiu igualmente criar todas as condições técnicas necessárias para a realização da primeira edição deste fórum que está previsto agora para este ano, 2021. Quero dizer que em todos os setores podemos encontrar o legado deixado pelo Professor Leopoldo Amado”, notou.  

Por sua vez,  a chefe da delegação da comissão da CEDEAO, a sereolenesa, Finda Koroma  expressou o seu sentimento de dor e disse que toda a comunidade foi tocada com a morte do Comissário Leopoldo Amado, tendo destacado que o “malogrado era muito inteligente e um bom profissional que tinha muita energia e uma enorme esperança de desenvolver a educação e a cultura africana”.

“Queremos deixar uma promessa aos guineenses que não vamos abandonar a Guiné-Bissau. Vamos, sim, continuar com os projetos ligados à Guiné-Bissau. Faremos tudo para que o seu legado não seja esquecido “, assegurou a chefe da delegação, para de seguida, indicar que o funeral do Comissário da CEDEAO para as área da Educação, Ciência e Cultura, Professor Leopoldo Amado será amanhã (sexta-feira) e que estarão presentes para acompanhá-lo para a sua última morada.

Por: Filomeno Sambú/Assana Sambú

Foto: F.S

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