METEOROLOGIA CONFIRMA A INVASÃO DA “POEIRA GODZILLA” PROVENIENTE DO SAARA

O Instituto Nacional da Meteorologia Nacional da Guiné-Bissau confirmou a invasão de uma nuvem de “poeira godzilla” aos céus da Guiné-Bissau, proveniente do deserto de Saara, sobretudo a que se tem registado  por estes dias em Bissau e aconselha os cidadãos a usarem  máscaras faciais para se protegerem da nuvem que diz ser  “uma ameaça à saúde”, sobretudo para os asmáticos e para as pessoas que padecem de problemas respiratórios. 

A invasão da poeira foi confirmada pelo ponto focal da previsão sazonal do Instituto Nacional da Meteorologia, Cherno Mendes, em entrevista ao jornal O Democrata, via telefone, na manhã desta sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021, na qual explicou que a nuvem de poeira viaja do Saara para as Américas, depois de cruzar o Atlântico num percurso de mais de dez mil quilómetros. 

“Esta massa é o fenómeno natural, de ar seco carregado de partículas de areia que se forma sobre o deserto do Saara no final da primavera, no verão e no começo do outono no Hemisfério Norte. Geralmente desloca-se em direção ao Oeste sobre o Oceano Atlântico a cada três ou cinco dias”, diz o meteorologista guineense. 

O especialista alertou na sua explanação que se a poeira persistir por mais tempo, a Guiné-Bissau pode esperar uma “grande baixa” na produção agrícola, sobretudo dos pomares de cajueiros. 

Questionado sobre que medidas devem ser tomadas pelas populações para se protegerem, Cherno Mendes respondeu que de forma geral será difícil determinar que medidas, por se tratar de um fenómeno natural. 

Contudo, em relação à saúde, recomendou ao uso permanente de máscaras faciais quando a atmosfera está coberta de poeira, sobretudo para as pessoas asmáticas e as que padecem de problemas respiratórios.

Em relação às culturas nos campos agrícolas, registou com apreensão eventuais baixas, a nível de produção, caso persista a poeira. Cherno Mendes deixou claro que será difícil prever os efeitos dessa “massa seca” nas culturas, porque as culturas não são seres humanos e logo será difícil protege-las do fenómeno.

“Essa poeira sai do Saara e desloca-se a outras partes do mundo com reforço do vento difícil de parar e que atinge com intensidade neste momento a nossa zona”, precisou.

“Portanto se persistir, poderemos ter baixo rendimento nas nossas culturas e isso tem o seu impacto nas flores das frutas, sobretudo neste momento de floração das frutas. Porque é uma poeira quente e seca e quando ataca o processo de reprodução de flores em estado aberto, seca-as de imediato”, alerta.

Por: Filomeno Sambú/Assana Sambú Fotos: Cortesia de Albano Barai               


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