BASTONÁRIO ACUSA PR SISSOCO DE VIOLAR DIREITOS DOS JORNALISTAS GUINEENSES

O bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, António Nhaga, acusou o Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, de ser o principal violador dos direitos dos jornalistas na Guiné-Bissau, através de intimidações, ameaças e discriminação feitas nos seus discursos sempre que aparece em público. 

O professor universitário e jornalista que dirige a Ordem de Jornalistas, fez estas acusações durante uma conferência de imprensa realizada na Casa dos Direitos, esta terça-feira, 16 de março de 2021, para demostrar a posição da sua organização face às  agressões a jornalistas pelas forças de segurança.   

Nhaga exigiu, na sua comunicação, respeito e consideração aos profissionais da comunicação social da parte do Chefe de Estado da Guiné-Bissau, tendo apelado o Presidente da República a recorrer ao mecanismo legal, caso se sinta lesado com atuação de algum órgão ou jornalista.  

“O Presidente da República considerou os jornalistas João Umpa Mendes e Fátima Tchuma Camará de terem baixo nível para conduzir o debate entre duas figuras que pretendiam assumir a Presidência da República… O Presidente convocou discriminatoriamente os órgãos da comunicação para o balanço de um ano do mandato… O presidente deu ultimato aos órgãos da comunicação social para dentro de trinta dias adquirirem licenças definitivas… Recentemente assistimos o espancamento de dois jornalistas”, lembrou o bastonário. 

Nhaga responsabilizou o Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló e o Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, enquanto autoridades máximas do país, pelos sucessivos atentados contra a liberdade de imprensa e exigiu que sejam traduzidos à justiça os autores morais e materiais dos atos de espancamentos aos jornalistas.   

Alertou o governo que a Guiné-Bissau poderá liderar o ranking dos países que atentam contra a liberdade de imprensa e de expressão, tendo em conta os últimos acontecimentos.

Aproveitou a ocasião para apelar ao Chefe de Estado no sentido de usar a sua influência junto do governo para que seja aprovado o novo “Modelo de Negócio” para o jornalismo guineense, que considera um instrumento que permitirá a independência dos órgãos da comunicação social.

Por: Epifânia Mendonça

Foto: E.M


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *