O secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau – Central Sindical (UNTG-CS), Júlio Mendonça, disse que a sua organização vai entregar um novo pré-aviso de greve amanhã, 25 de maio de 2021, ao governo para exigir do executivo liderado por Nuno Gomes Nabian o cumprimento de todas as exigências constantes do caderno reivindicativo.
Segundo Mendonça, em causa está a implementação dos diplomas legais aprovados pelo governo e acusou o atual Ministro da Administração Pública de não ter feito nada para a regulamentação da Ordem dos Médicos que pudesse ter um estatuto e também de estar a agir com base nas orientações do seu partido.
Júlio Mendonça anunciou que a sua organização vai mover uma queixa-crime contra o Estado da Guiné-Bissau por falta de pagamento dos salários aos funcionários, porque “não pode mudar a lei de greve”.
Por sua vez, o presidente do Sindicato Nacional de Quadros Superiores de Saúde (SINQUASS), Inácio Alfredo da Costa, apelou a todos os profissionais de saúde a trabalharem com rigor e honestidade. Neste sentido, pede ao governo que reforce meios materiais para que o setor de saúde possa funcionar de forma regular.
Revelou que dada à má gestão dos recursos materiais que são disponibilizados para o setor estrangulou o funcionamento dos hospitais e centros de saúde. Criticou a detenção de alguns técnicos de saúde “sem uma acusação formal”. Contudo, encorajou o poder judicial a continuar a trabalhar para desencorajar as práticas ilícitas para o desenvolvimento do país.
O presidente do Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins (SINESTSA), Yoio João Correia, disse que estão a exigir do governo a criação de melhores condições de trabalho e a melhoria de serviços nos hospitais e nos centros de saúde.
Yoio João Correia alertou que a greve no setor de saúde vai continuar até que o governo cumpra todas as exigências e denunciou que os profissionais de saúde tenham sido alvos de perseguição pelo o governo por causa da greve.
“Estamos a ser vítimas do nosso sistema de saúde”, lamentou e frisou que o dinheiro que foi disponibilizado às pessoas para receber o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, poderia ter sido invertido para pagar as dívidas na função pública e criticou “as sucessivas nomeações dos conselheiros na Presidência da República”.
Yoio João Correia disse ainda que desde maio de 2015, há 70 meses, que os subsídios do isolamento não são pagos aos novos técnicos. 18 meses de salários atrasados com os técnicos colocados em 2021 e que os subsídios de vela não foram pagos desde 2018, bem como os técnicos de saúde que trabalhavam com médicos sem fronteiras já lá vão com 11 meses de salários em atraso.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N



















