ESTUDANTES GUINEENSES ACUSAM A EMBAIXADA DE PORTUGAL DE “PROSTITUIR” A INSTITUIÇÃO

Um grupo de estudantes guineenses que reclama por emissão de vistos para prosseguir os estudos superiores em Portugal acusou a embaixada de Portugal em Bissau, de “prostituir” essa instituição diplomática para enriquecer cada vez mais o Estado português com o dinheiro dos estudantes bolseiros. 

Inconformados com as sucessivas promessas que não são cumpridas,   os bolseiros ameaçam  intentar uma queixa crime, através  do coletivo de advogados dos estudantes, contra o consulado junto do tribunal administrativo em Portugal. 

A acusação dos bolseiros foi proferida pelo porta-voz do coletivo,  João Ernesto Gomes, esta quarta-feira, 16 de junho de 2021, durante a vigília realizada em frente ao consulado para exigir a emissão de vistos aos estudantes bolseiros inscritos em diferentes Institutos Politécnicos e universidades de Portugal. 

“Tentamos uma primeira audiência com a ministra dos Negócios Estrangeiros no mês de dezembro de 2020 não recebemos nenhuma resposta e a segunda foi com o Presidente da República que nos encaminhou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde tivemos uma reunião com o  chefe de gabinete da ministra e o diretor-geral de ensino superior esteve também presente. Manifestamos a nossa preocupação. No segundo encontro que tivemos disseram-nos que o Cônsul terá dito que não seria possível emitir vistos a todos os estudantes”, informou.

O bolseiro criticou a passividade das autoridades nacionais e disse que o Estado guineense não defende os interesses dos seus estudantes, tal como acontece nos países da sub-região, nomeadamente em Cabo-Verde.

De acordo com João Ernesto Gomes, os documentos dos estudantes que foram indeferidos pela Embaixada portuguesa com alegação de que alguns estudantes não tinham perfis de estudantes, ou o Instituto Politécnico não terá confirmado a inscrição dos estudantes, argumentos que o porta-voz dos estudantes considerou “não consistentes”.

“Tinham indeferido documentos de 42 estudantes com o mesmo argumento. O nosso advogado redigiu uma nota a pedir informação sobre o autor do parecer para que pudesse entrar com a impugnação”, explicou e disse que foram surpreendidos quando souberam que alguns colegas receberam chamadas secretas para levarem os passaportes de volta à embaixada e a todos eles foram emitidos vistos. Não podemos aceitar esse tipo de serviço na Guiné-Bissau”, frisou.

Por: Djamila da Silva

Foto: D. S

Author: O DEMOCRATA

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