BOAD ENCORAJA SETOR PRIVADO GUINEENSE A APRESENTAR PROJETOS BANCÁVEIS PARA FINANCIAMENTO

O vice-presidente do Banco Oeste Africano para o Desenvolvimento (BOAD), o guineense Braima Luís Soares Cassamá, encorajou o setor privado da Guiné-Bissau a apresentar projetos credíveis e bancáveis a fim de serem elegíveis para beneficiar dos financiamentos do banco da África Ocidental.

“O setor privado guineense não tem beneficiado dos financiamentos do BOAD, mas a culpa não é do banco. O setor privado não tem apresentado projetos dignos desse nome ou bancáveis que merecessem uma atenção particular. Vou reunir-me com o ministro da Economia para analisarmos a forma como promover o setor privado e como ele poderá concorrer com projetos claros e bancáveis para beneficiar do financiamento do banco”, disse.

Braima Luís Soares Cassamá falava aos jornalistas esta segunda-feira, 04 de outubro de 2021, à saída de uma reunião com o ministro das Finanças, João Aladje Mamadu Fadia, com quem analisou os dossiês em curso no BOAD. 

O vice-presidente do  BOAD explicou que está de visita ao país para informar as autoridades que a Guiné-Bissau que está na plenitude das suas funções, enquanto vice-presidente do BOAD.

Acrescentou que o país induziu uma alteração dos estatutos daquela “importante instituição” financeira da África Ocidental que tem como papel financiar o desenvolvimento.

“Pela primeira vez a Guiné-Bissau tem um quadro a representar o BOAD, num dos oito países da UEMOA. Trata-se da senhora Freda de Oliveira, a nova representante do BOAD em Ouagadougou, Burquina Fasso”, notou, tendo avançado que “esta indicação demonstra que as autoridades do país têm a ambição de verem seus quadros colocados ao mais alto nível”.

Relativamente aos projetos em execução na Guiné-Bissau, informou que dos empréstimos soberanos dados aos Estados, não tem havido grandes problemas com o Estado da Guiné-Bissau, porque o governo tem honrado os seus compromissos.

Lamentou, neste particular, a situação do setor privado guineense que não tem beneficiado dos financiamentos do BOAD, contudo, disse que a culpa não é do banco, mas sim do setor privado que não tem apresentado projetos bancáveis que merecessem uma atenção particular ou financiamento.

“O setor privado é o motor do crescimento, porque é o setor privado que cria empregos, não o Estado. O Estado cria as condições necessárias para o funcionamento do setor privado”, esclareceu.

Cassamá revelou que o banco iniciou a implementação, este ano, do seu novo plano estratégico para um horizonte de cinco anos, acrescentando ainda que o plano visa cinco domínios essenciais, designadamente: a agricultura, a segurança alimentar, a educação, a saúde e as infraestruturas.

Questionado se o setor privado guineense pode concorrer com os projetos ligados à agricultura, respondeu que este pode organizar e concorrer com projetos em quaisquer um dos cinco setores definidos no plano estratégico do banco, particularmente a nível da agricultura, tendo lembrado que o banco já financiou em outros países projetos semelhantes.

“BOAD financiou cem projetos do género noutros países. Financiou desde a produção, a comercialização e até à exportação. É possível financiar projetos do setor privado na Guiné-Bissau, mas temos que ter um setor privado que é previsível e que esteja bem organizado, ambicioso e que não tenha medo de ir à procura de fundos”, contou.

Em relação aos setores da educação e saúde, encorajou os privados em concorrer com os projetos ligados aos setores da educação e saúde, tendo adiantado que noutros países o banco financiou a construção das clínicas privadas.

“BOAD fez a construção de muitas escolas privadas e reparou algumas barracas, dando edifícios próprios dignos de nomes às nossas crianças”, recordou.

Por seu turno, o ministro das Finanças, João Aladje Mamadu Fadia, explicou que a nível do governo tem havido uma boa colaboração e cooperação, como também tem beneficiado de apoios ou projetos do BOAD.

Frisou que neste momento o governo tem uma carteira de projetos em execução com o BOAD, nomeadamente, as infraestruturas, energia (Central eólica de Bôr), estrada Buba/Catió já finalizada e o financiamento para a produção de arroz na zona norte.

Enfatizou que a nível do setor privado o projeto em curso é da reabilitação dos Portos de Bissau que, de acordo com a sua explicação, vai ajudar a reequipar o porto.

Refira-se que, após a indicação da Guiné-Bissau, o Conselho de Administração do BOAD, nomeou Braima Luís Soares Cassamá, ao cargo de vice-presidente daquela instituição financeira no dia 11 de junho de 2021.

BOAD é um banco de desenvolvimento multilateral internacional criado em 1973 para servir as nações da África Ocidental e tem a sua sede central está em Lomé (Togo).  Conta com oito países membros, designadamente: Benin, Burquina Faso, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal e Togo.   

Por: Assana Sambú

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