O líder da bancada parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Califa Seide, alertou que as atuais autoridades assumiram o poder pela força e estão a conduzir o país ao descalabro.
Acrescentou que as instituições a democracia e o próprio Estado estão a desmoronar de forma vertiginosa e irreversível para o abismo.
Califa Seide falava esta quinta-feira, 04 de novembro de 2021, na cerimônia de abertura do ano legislativa 2021/2022, realizado no Palácio Colinas de Boé, durante a qual disse que a sessão parlamentar foi aberta num momento bastante crítico para a vida dos guineenses em que se regista uma das maiores crises política, econômica e social, durante os 48 anos da independência.
Adiantando que as autoridades no poder em total desrespeito, deixaram passar a data de 24 de setembro sem qualquer gesto mínimo, protelando essa data para o dia das forças armadas, o que revela uma tentativa de promiscuidade e de militarização do sistema político na Guiné-Bissau.
Por seu lado, o líder da Bancada Parlamentar do Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15), Abdu Mané, os deputados são representantes da adversidade e da pluralidade da sociedade guineense e titulares dos órgãos da soberania, por conseguinte têm a obrigação de honrar o juramento que fizeram a Constituição, cumprindo a lei no sentido de aperfeiçoar a democracia que tanto lograram alcançar.
Acrescentando que o país está a enfrentar ameaças e crises de várias naturezas nomeadamente, as crises política, econômica, financeira, migratória e climática, de maneira que é preciso convergir no essencial para enfrentar essas crises e superá-las na base do princípio democrático.
O líder da Bancada Parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), Nicolau dos Santos disse que o futuro melhor que o povo guineense aspira, deve seguir na base de um esforço comum, não podendo haver um desenvolvimento durável sem participação ativa de todos os guineenses com base num trabalho sério e responsável.
O deputado da nação, sublinhou que neste momento a Guiné-Bissau encontra-se numa encruzilhada, sendo que todos os dirigentes devem assumir as suas responsabilidades para unir e obter consenso em torno de grandes objetivos para a promoção de um desenvolvimento durável e harmonioso ou continuar nos confrontos incessantes e desnecessários, promovendo a instabilidade social e governativa, regredindo o país num ambiente de caos.
O único deputado da União para Mudança (UM), Agnelo Augusto Regala assegurou que Assembleia Nacional Popular entra no novo ano legislativo com o país mergulhado numa grave crise política institucional e numa encruzilhada, resultante exclusivamente da teimosia obsessiva de alguns setores da classe política que invés de atenderem supremo interesse da nação, preocupam-se mais em tentar a todo custo, controlar e exercer o poder de forma absoluta à revelia da Constituição e das leis da República. Regala disse que é urgente encontrar uma saída para a crise vigente, cujo epicentro tem sido a Presidência da República.
Importa-se salientar que na cerimónia de abertura, a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDG) não discursou.
Por: Aguinaldo Ampa