
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva, exigiu ao primeiro-ministro Nuno Gomes Nabian, este domingo 08 de maio de 2022, a rápida identificação dos responsáveis do ataque junto à residência do deputado e presidente da União para Mudança (UM), Agnelo Regala, que sofreu ferimentos numa perna na sequência de disparos feitos por desconhecidos.
“Quero desafiar o primeiro-ministro e o Presidente da República a assumirem as suas responsabilidades, particularmente o primeiro-ministro enquanto chefe do governo, a quem cabe a responsabilidade de conduzir as políticas interna e externa que garantam a segurança dos cidadãos.
A assunção dessa responsabilidade passa necessariamente pela identificação dos atores desta e outras práticas que já aconteceram aqui e a sua tradução à justiça e consequente responsabilização”, afirmou Augusto Mário da Silva.
O ativista falava aos jornalistas no final da visita de solidariedade que a delegação da LGDH efetuou ao presidente da UM, Agnelo Regala, na sua residência na rua São Tomé e Príncipe, em Bissau.
“Alimentar milícias para intimidar pessoas, numa primeira fase pode parecer que tudo corre a seu favor, mas isto depois foge do controlo e implantar-se o estado de terror, de caos e de violência generalizada e ninguém conseguirá viver ou trabalhar neste país” alertou.
Em curtas declarações, revelou que nos próximos dias, as Organizações do Espaço de Concertação da Sociedade Civil vão desenvolver algumas ações para manifestar o seu repúdio sobre tudo aquilo que está a acontecer na Guiné-Bissau.
Além da LGDH, várias organizações e personalidades estiveram na casa de Agnelo Regala, para manifestar-lhe asolidariedade.
A União para a Mudança (UM) liderada por Agnelo Regala integra o Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos, que esta semana disse que o envio de uma missão militar para o país pode configurar uma invasão por forças da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O Espaço “condenou sem reservas os sinais de desprezo e desconsideração à soberania da República da Guiné-Bissau por parte das entidades promotoras e autoras da decisão” e exortou a CEDEAO a respeitar os princípios fundamentais que sustentam a organização.
Exigiu que o Parlamento fosse ouvido e a sua resolução levada em conta na determinação do mandato e constituição de qualquer eventual força a estacionar no país.
Por: Alison Cabral
Foto: AC