Líder do PAIGC: “ASSEMBLEIA NACIONAL POPULAR É ÚNICA INSTITUIÇÃO QUE REÚNE CONDIÇÕES PARA PROMOVER DIÁLOGO”

O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, afirmou esta sexta-feira, 13 de maio de 2022, que a Assembleia Nacional Popular é a única instituição para promover o diálogo entre os guineenses.

“Na nossa avaliação, a Assembleia será porventura a única instituição que ainda reúne condições para promover o diálogo político interno”, disse.

Simões Pereira falava aos jornalistas depois de uma audiência com o Presidente da República no quadro da auscultação de partidos políticos com assento no Parlamento para analisar a situação política vigente no país. Esta é a primeira vez que o líder do PAIGC respondeu à chamada do Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, desde a sua eleição em 2019, fortemente contestada pelos libertadores.

Os encontros com os partidos políticos e presidente do Parlamento acontecem no momento em que os deputados criticam a vinda de uma missão de estabilização da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a Guiné-Bissau, sem informação precisa nem consultar o Parlamento.

Também na quarta-feira, 11 de maio, os deputados aprovaram, por unanimidade, a Ordem do Dia que inclui a proposta de revisão da Constituição elaborada pela Comissão criada pela Assembleia Nacional Popular. Os deputados retiraram da agenda de trabalhos da mesma sessão a eleição do primeiro vice-presidente da ANP, a Lei da Comissão Nacional de Eleições, a Lei do Recenseamento Eleitoral e a Lei-Quadro dos Partidos Políticos.

“Eu tenho o sentimento que muita gente vai achar muito estranho o fato de eu comparecer hoje à frente desta delegação do PAIGC, nunca o tinha feito antes. Eu escolhi fazê-lo, porque percebi que estamos às vésperas de uma decisão que pode ser trágica para este país. Em face dessa situação, eu entendi que a minha coerência é menos importante do que cuidar daquilo que deve ser a tranquilidade e a paz na Guiné-Bissau”, justificou, para de seguida, avançar que era importante responder ao convite e partilhar com o Presidente da República a sua preocupação com a estabilidade e a tranquilidade dos guineenses.

“Deixamos claro que, na nossa perspetiva, há erros que quando são cometidos tornam-se irreversíveis e difíceis de serem corrigidos”, alertou, tendo frisado que no final o chefe de Estado tomará a sua decisão.

Assegurou que mostraram ao chefe de Estado que a ideia da dissolução do Parlamento não é uma boa solução.

“A vocação da Assembleia Nacional Popular é tratar dos assuntos fraturantes. Não se encontra solução, dissolvendo a única entidade que tem não só competência, como também vocação para promover debate. Alguém na nossa delegação sugeriu que houvesse uma intervenção dirigida à nação junto da Assembleia, para redirecionar os mecanismos de diálogo interno que têm sido utilizados”, contou, acrescentando que falaram de outros indicadores que demonstram claramente a responsabilidade do chefe de Estado de forma direta naquilo que é o ambiente securitário que se vive no país.

 Por: Assana Sambú   

Foto: AS

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