O Bureau Político do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) deu anuência à Comissão Permanente para avaliar as condições para uma eventual participação no governo “que estará incumbido prioritariamente do processo eleitoral e do controlo, dentro dos limites possíveis, dos princípios e valores que o PAIGC defende”, e tomar a correspondente decisão.
Aquele órgão do PAIGC esteve reunido esta quinta-feira, 26 de maio de 2022, para analisar a situação política do país, na sequência da dissolução da ANP.
Segundo a resolução consultada por O Democrata, da avaliação feita pela Comissão Permanente do facto de se estar perante o término da X legislatura e da consequente necessidade de o PAIGC acompanhar todo o processo de preparação da próxima, nomeadamente a realização das próximas eleições legislativas, os membros do Bureau Político corroboraram a decisão da direção do Partido.
Exortaram a todas as estruturas do partido, a nível local e nacional, a promover uma restituição plena da decisão e mobilizarem-se para uma ampla divulgação junto das bases, por forma a permitir o melhor esclarecimento e evitar aproveitamentos políticos.
Aprovaram ainda uma moção de reconhecimento a dirigente Teodora Inácia Gomes, “galardoada pela Organização panafricana com o Prémio “Mulheres de África”, em reconhecimento ao papel desempenhado por esta Combatente da Liberdade da Pátria em prol do Pan-africanismo”
“Felicitar o camarada Imani Na Umoja pelo trabalho que vem desenvolvendo, ao longo dos anos, nas estruturas do partido e na Escola Ideológica do PAIGC. Felicitar e encorajar o Comandante Manuel Santos a dar continuidade, a nível da Comissão Permanente, da sua participação na busca de soluções para o quadro político vigente”, lê-se ainda no documento.
Entretanto, o pretendente candidato à liderança do PAIGC e membro do Bureau político, João Bernardo Vieira, disse, na sua página oficial no Facebook, que votou contra a eventual decisão da entrada do partido no próximo governo, argumentando que a “grandeza do PAIGC” não permite que os dirigentes vacilem na defesa dos seus princípios e valores.
João Bernardo Vieira lembrou que a sobrevivência de qualquer partido político depende da sua coerência de pensamento, afirmando que hoje não acredita que essa coerência estivesse presente.
Por: Tiago Seide
