O presidente da Coligação das organizações de Defesa dos direitos das crianças na Guiné-Bissau (CODEDIC-GB), Laudelino Carlos Medina, considerou esta quinta-feira, 21 de julho de 2022, “tristes” as decisões dos tribunais em determinar pena suspensa aos violadores dos direitos das mulheres e meninas, particularmente no que diz respeito à violência sexual.
O ativista disse que dos poucos casos que são resolvidos pelos tribunais, as decisões judiciais apenas contribuem para o crescimento “sistemático” da violência contra mulheres e meninas.
Laudelino Carlos Medina falava na cerimónia de encerramento do ateliê de reforço de capacidades destinado aos técnicos da Associação Guineense de Assistentes Sociais, organizado pela sua organização em parceria com a UNICEF.
O encontro de dois dias( 20 e 21) “No tadja abuso ku assédio sexual na skolas” visa diminuir o número de casos de abusos e assédio sexual no seio escolar e nas comunidades.
No seu discurso, o presidente da CODEDIC defendeu mais ações de formação e sensibilização porque, conforme frisou, a “problemática da violência e assédio sexual tem ganhado proporções preocupantes nas comunidades e nas escolas.
“Os casos dessa natureza raramente são denunciados e os poucos que são conhecidos ficam impunes, devido à morosidade dos processos na justiça e ao medo de represálias por parte das vítimas”.
A CODEDIC revelou que, de acordo com os dados da Associação dos Amigos das Crianças (AMIC), em 2021 foram registados 150 casos de violência contra meninas e mulheres e este ano (até junho) os dados apontam para um registo de 95 casos de violência baseados no género.
Perante estes fatos, Laudelino Carlos Medidas realçou a importância dos assistentes sociais no que concerne à componente “psicossocial”, tendo apelado ao envolvimento das escolas no combate a esses fenómenos.
Aliás, uma das recomendações dos participantes foi o envolvimento sério das escolas na luta contra o assédio e abuso sexual, a criação de condições para o seguimento dessas ações e a dissiminação de informações sobre a importância da prevenção do abuso e essédio sexual no meio escolar.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: E.M



















