Burkina Faso: TENENTE CORONEL DAMIBA AFASTADO POR OUTRO GOLPE DE ESTADO

Membros do Exército do Burkina Faso tomaram o controlo da televisão estatal, para anunciar o afastamento do tenente coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, que tinha chegado ao poder em Janeiro na sequência do anterior golpe de Estado.

Na mandrugada de sexta-feira, 30 de setembro de 2022, foram ouvidos tiroteios no bairro que acolhe a presidência e o quartel-General da Junta Militar no poder desde Janeiro deste ano. 

Ibrahim Traore, capitão do exército do Burkina Faso, anunciou na sua mensagem transmitida na televisão nacional, que afastou o líder militar que chefiava o governo do país, Paul-Henri Damiba, e dissolveu o executivo do país.

Este é o segundo golpe de estado no país no últimos oito meses.

Traore diz que o grupo que ajudou Damiba a subir ao poder em janeiro decidiu afastar o líder, devido ao que diz ser a sua capacidade com o problema da insurgência islâmica que o país atravessa. No passado mês de janeiro, Damiba afastou o presidente Roch Kabore pelo mesmo motivo. 

A constituição foi suspensa, as fronteiras estão fechadas indefinidamente. Ibrahim Traore instituiu também recolher obrigatório depois das 21 horas.

“Diante da deterioração da situação, tentámos várias vezes fazer com que Damiba reorientasse a transição para a questão da segurança”, disse o comunicado assinado por Traoré e lido por outro oficial na televisão, ladeado por um grupo de soldados em uniformes militares.

CEDEAO CONDENA NOVO GOLPE NO BURKINA

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenou “de forma energética”, o golpe de Estado no Burkina Faso, onde militares destituíram na sexta-feira a Junta Militar que tinha assumido o poder há oito meses. 

Em comunicado, divulgado pelo presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, que preside atualmente a conferência de chefes de Estado da organização, a CEDEAO considera como “inoportuno este novo golpe de Estado” num momento em que se “registaram progressos” no Burkina Faso.

A CEDEAO destaca ações diplomáticas e esforços que estava a empreender naquele país para o seu “regresso metódico à ordem constitucional o mais tardar até julho de 2024”, lê-se no comunicado datado de Abuja, Nigéria, sede da organização.

“A CEDEAO reafirma a sua oposição, sem reserva, a todas as formas de tomada e manutenção do poder por meios inconstitucionais e exige o respeito escrupuloso do cronograma fixado com as autoridades de transição para o retorno rápido à ordem constitucional, o mais tardar até dia 1 de julho de 2024”, destaca o comunicado.

A CEDEAO adverte as instituições, forças ou grupos de pessoas que possam realizar atos que coloquem em causa o calendário de retorno à ordem constitucional ou que possam colaborar para a fragilização do Burkina Faso e da região.

Informações a partir de Ouagadougou, a capital do Burkina Faso, indicam que militares liderados pelo capitão Ibrahim Traoré, anunciaram hoje na televisão estatal que destituíram o tenente-coronel, Paul-Henri Sandaogo Damiba, líder da Junta Militar que, em janeiro passado, havia dado um golpe de Estado contra o Presidente eleito, Marc Roch Kaboré.

Damiba apresentou como motivo para a assunção do poder por militares por alegada incapacidade de Kaboré em lidar com a luta do país contra os jihadistas islâmicos e hoje Traoré acusou o líder da Junta da mesma fraqueza.

Por: Redação 

O Democrata /DW

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