O presidente da Associação dos Consumidores de Bens e Serviços (ACOBES), Bambo Sanhá, denunciou que a empresa Nafá adulterou a data de validade do arroz da marca Tulip, cujo termo era 2019, para 2022, comuflado em sacos de 25 quilogramas.
“Em 2019, o armazém onde o produto estava estocado foi fechado pela Polícia Judiciária e o caso foi remetido ao Ministério Público, mas o Tribunal de Regional de Bissau decidiu autorizar a reabertura do armazém e a venda do produto”, precisou.
Bambo Sanha fez esse anúncio esta quinta-feira, 10 de novembro de 2022, depois de uma audiência com o Procurador Geral da República.
À saída, Bambo Sanhá frisou que a sua organização não está satisfeita com a decisão do Tribunal Regional de Bissau de autorizar a abertura do armazém, pondo em causa a saúde pública.
Segundo Bambo Sanhá, ACOBES só foi informado da decisão através do advogado da empresa, atual diretor do gabinete do primeiro-ministro, por isso solicitou a presença do Tribunal.
“O Procurador-Geral da República assegurou-nos que o processo ainda não está concluído e o armazém em causa não pode ser reaberto, muito menos se pode vender o produto, por isso estamos a exigir a incineração do arroz, porque a data de validade está caduco”, sublinhou.
A ACOBES exige do governo uma subvenção aos produtos da primeira necessidade, sob pena de abandonar a população à sua sorte, alertando que se o executivo não intervir mais rápido possível, a organização que lidera desencadeará uma acção de sensibilização junto do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.
Bamba Sanhá revelou ter recebido do Procurador Geral da República a informação sobre o desaparecimento de 3 biliões de franco CFA na direção-geral de Contribuições e Impostos e que o caso que envolve três funcionários desta instituição está sob alçada da Polícia Judiciária, porque “estão em causa 11 biliões de Francos cfa”.
De acordo com Sanhá, “certos indivíduos instalaram o sistema de contribuições e Impostos nos seus telemóveis, fazem operações pela madrugada e anulam os dados de todas as pessoas que no período diurno foram pagar os seus impostos e o dinheiro é canalizado para as suas contas “.
“A população guineense não pode continuar a pagar salários aos malfeitores, porque o Estado não consegue controlar as suas economias”, lamentou, contudo reconheceu que o Estado perde muitas receitas, porque muitas vezes os importadores não declaram a quantidade real dos produtos importados.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N



















