
O ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, considerou a assinatura da convenção de apoio orçamental da França no valor de cinco milhões de euros, como “mudança de paradigma” que revela nova fase de uma diplomacia bem estruturada.
“Quem conhece a história sabe que a França não apoiava a Guiné-Bissau a nível orçamental desde o conflito político de 7 de junho. Apenas em 2021 tivemos uma ajuda pontual deste país”, disse
Para o governante, a convenção representa um ato de notoriedade que demonstra a serenidade, a dinâmica e a confiança que os parceiros têm nas atuais autoridades do país, com a retoma da sua credibilidade internacional.
Ilídio Vieira enfatizou que “se a Guiné-Bissau não estivesse em sintonia com o Fundo Monetário Internacional (FMI), não chegaria a esse nível e ao ponto de assinar uma convenção com a França”.
“Não podemos nos esquecer que tudo isso foi feito com uma diplomacia do Presidente da República, que convidou o seu homólogo Emmanuel Macron a visitar a Guiné-Bissau no final da qual prometeu esse apoio orçamental à Guiné-Bissau. Finalmente, assinamos a convenção que materializa essa ajuda”, enfatizou.
O governante disse estar confiante que o acordo financeiro assinado com o corpo técnico do FMI será aprovado em janeiro de 2023, pelo Conselho da Administração do fundo, porque “há todo um trabalho de base feito neste sentido”.
O Ministro das Finanças convida todos os guineenses a deixarem de lado questões partidárias e priorizar o desenvolvimento do país.
“FOI UM DIA MUITO FELIZ POR A FRANÇA CONCRETIZAR A PROMESSA DO PRESIDENTE MÁCRON” – EMBAIXADOR
Na sua intervenção, o embaixador da França na Guiné-Bissau, Terence Willis, destacou que para a França foi “um dia muito feliz” por poder concretizar a promessa de há quatros meses do presidente Mácron de ajuda orçamental de apoio à base macroeconómica da Guiné-Bissau.
“É uma marca de confiança dos parceiros internacionais que estão a trabalhar na Guiné-Bissau com as organizações não governamentais e a sociedade civil, bem como o governo”, salientou, indicando que, além da consolidação da base macroenómica da Guiné-Bissau, a França quer fazer mais, reforçar e desenvolver a sua cooperação nos domínios da educação, com a abertura, em setembro de 2023, de uma escola francesa de trilíngue: português, francês e inglês.
“Do mesmo modo, queremos ser também úteis na diversificação da agricultura, formar técnicos agrônomos guineenses”, anunciou, reconhecendo que a Guiné-Bissau enfrenta muitas dificuldades derivadas da Covi-19, da guerra na Ucrânia e da crise mundial.
O diplomata francês encorajou as autoridades nacionais a aproveitarem a crise mundial e transformá-la numa oportunidade para mudar o seu modelo económico e trabalhar para sua autossuficiência alimentar, porque “tem um potencial para produzir legumes, arroz e peixe, como também para exportar para os países vizinhos”.
Por: Filomeno Sambú
Foto: FS