Os três jogadores titulares da equipa do Leão de Atlas, que está a escrever a história com tintas douradas para o continente africano e o mundo árabe no mundial Qatar, são produtos formados na grande Academia de Futebol Mohammed VI, construída de raiz em 2009, em Salé, periferias de Rabat, capital de Marrocos.
Os atletas, formados na academia erguida por Rei Mohammed VI, tratam-se de Azzedine Ounahi, Youssef En-Nesyri, Nayef Aguerd e Reda Tagnaouti, este último terceiro guarda-redes. Esses jogadores estão a encantar as equipas europeias pelas suas performances e capacidade técnica, sobretudo o selecionador da Espanha, Luis Enrique, que até questionou “onde saiu esses atletas”.
A Academia Mohammed VI, inaugurada em 2009, cobre uma área de cerca de 30 hectares e está constituída por cinco centros : acomodação, educacional, médico-desportivo, técnico e administrativo. O investimento é estimado em 13 milhões de Euros. Os cinco centros da Academia,
O Centro de acomodação dispõe de 30 quartos duplos, 4 quartos individuais, 2 dormitórios, áreas de estar e de relaxamento, cozinha e refeitório com capacidade para 100 lugares. O Centro educacional tem 10 salas de aulas e 1 sala de informática.

O Centro médico-desportivo conta com uma sala de musculação, 4 vestiários, um consultório médico, uma unidade de fisioterapia e uma piscina de balneoterapia. O Centro técnico tem 5 campos de futebol, incluindo 3 com relva sintética e marcados com 2 estrelas pela FIFA, e o centro administrativo ocupa a plataforma de escritório para gerentes e treinadores, como também dispõe de uma sala polivalente com 100 lugares e uma Mesquita.
O diretor do projeto, Nasser Larguet, explicou à página “SO FOOT ‘’ que a preocupação do Rei Mohammed VI era compreender o por que o futebol marroquino estava a passar por tantas dificuldades.
“Porque não conseguiram qualificar-se para a Copa do Mundo por muito tempo, não conseguiram passar da primeira fase das Copas da África e nem conseguiram qualificação dos jovens nas competições africanas, principalmente nos mundiais. Também os resultados que faltavam ao nível das Ligas dos Campeões da África. Concluiu-se então que Marrocos tinha perdido um pouco a noção da formação dos jovens, a força do futebol marroquino”, disse.
A primeira geração, que saiu da Academia, está a mostrar garra e uma capacidade técnica impressionante nesta equipa de Leões do Atlas, que está a jogar o mundial de futebol.
Pascal Théault, um conhecedor do futebol, disse ao mesmo portal que a exibição destes atletas formados localmente serve de um exemplo para mostrar a outros países africanos que tal investimento era necessário para se chegar ao mais alto nível.

“Deveria haver dez academias em todos os países africanos como a da Salé. Os Estados, os governos devem fazer como fez o Rei, com as federações, tem que montar projetos assim. Para que todas as crianças de todas as regiões tenham uma chance. Essa é a chave. Se não tiver sorte, um miúdo sem um centro perto de casa a 30 ou 40 quilômetros de distância, você nunca o verá na Copa do Mundo dez anos depois”, assegurou, acrescentando que “agora mesmo à beira do Saara, o futuro Messi não escapará da Academia Mohammed VI”.
O diário russo “Rossiskaïa Gazeta” na sua edição da semana passada falou do sucesso da equipa marroquina no mundial, destacando os significativos investimentos feitos por Marrocos na promoção do desporto, concretamente do futebol.
Sob o título “qual é o segredo do sucesso da seleção marroquina no Mundial?”, o jornal escreve que os futebolistas do reino “tornaram-se os autores, talvez, a principal sensação do Mundial no Qatar”, separando-se de croatas e belgas na fase de grupos, para depois eliminar a Espanha nas oitavas de final e fazer um milagre nas quartas de final contra Portugal.
“O sucesso no futebol consiste em muitas pequenas coisas e decisões muito caras: são campos de treino, academias equipadas com tecnologia de ponta e apoio médico de qualidade”, escreve Rossiskaïa Gazeta, acrescentando que “o exemplo de Marrocos é muito revelador”.
Destacando a atenção dada ao desporto em Marrocos por Rei Mohammed VI, o diário de grande circulação recorda que foi por altas instruções do Soberano que foi construída uma academia de futebol no tempo recorde de três anos.
“Custou muito dinheiro ao Estado, mas valeu a pena o esforço”, continua a publicação, lembrando que graças a esta iniciativa, “Marrocos não só pode oferecer treino de futebol a adolescentes dos 13 aos 18 anos, como pode também acolher equipas de futebol juvenil e sénior ao longo do ano”.
Por: Redação



















