O cidadão alemão de 63 anos de idade, Jörg Lange, sequestrado no Sahel no dia 11 de abril de 2018, foi libertado a 8 de dezembro de 2022, graças à ajuda dos serviços da inteligência marroquinos, noticiou o jornal alemão Der Spiegel. Segundo o artigo assinado pelo repórter Matthias Gebauer de Der Spiegel, o trabalhador humanitário alemão foi entregue por sequestradores a mediadores marroquinos.
Jörg Lange foi levado de imediato para a Embaixada alemã em Bamako, capital do Mali, onde está sob cuidados dos funcionários da Bundes kriminalamt (BKA), Polícia Judiciária Federal Alemã.
Citando fontes de segurança, o jornal alemão destaca que Lange está bem e que vai ser repatriado o mais rápido possível para a Alemanha. Segundo a mesma fonte, os serviços secretos marroquinos ajudaram a libertar o humanitário alemão, estabelecendo contatos com grupos islâmicos na região do Sahel.
“O caso ocupava a unidade de crise do governo federal desde 11 de abril de 2018, quando Lange, que chefiava a organização humanitária privada “Help” no Níger, foi agredido e sequestrado por desconhecidos em motocicletas na região de Tillabéri, na fronteira com Mali”, escreve o jornal, lembrando que o motorista (nigerino) do cidadão alemão foi solto na altura.
O jornal informou que ao longo dos anos, a célula de crise fez dezenas de tentativas para libertar Lange.
“Em setembro de 2018, o Bundeswehr (exército federal alemão) enviou uma pequena equipe de soldados de elite do “Kommando Spezialkräfte” (KSK) para o Níger. A equipe teve que analisar a situação e a possibilidade de liberar Lange militarmente. O KSK conseguiu, em várias ocasiões, determinar o paradeiro de Lange. Mas uma operação de assalto nunca foi considerada seriamente, pois o risco seria muito alto”, lê-se no jornal.
Recordou ainda que os sequestradores publicaram repetidamente mensagens de Lange como forma de pressão. Acrescenta que de vez em quando, Lange enviava cartas desesperadas para sua esposa e quatro filhos.
“Em carta manuscrita, ele alertou em 2019, em francês, que o governo federal não deve arrastar negociações com os sequestradores. Ele havia indicado que estava em meio a uma zona de guerra e que, para os sequestradores, representava o inimigo. Com o passar do tempo, todas as tentativas de acabar com a “situação de sequestro na fronteira” falharam. Intermediários da região já se ofereceram em diversas ocasiões. Alguns deles certamente davam um sinal de vida do refém em troca de dinheiro, mas na maioria das vezes os esforços falharam logo em seguida e o chamado grupo de negociação do BKA teve que começar do zero”, refere.
Enquanto isso, temia-se que Lange não sobrevivesse às provações da detenção e às marchas recorrentes para novos esconderijos.
Depois de muitas tentativas frustradas, especifica o jornal alemão, a libertação foi relativamente rápida graças à ajuda dos marroquinos. A mesma fonte indica que, há algumas semanas, os serviços secretos marroquinos no Mali se ofereceram para mediar depois de provar que o refém alemão ainda estava vivo.
Por: Redação
