BCEAO E BANCOS COMERCIAIS ANALISAM CRÉDITO PARA CAMPANHA DE CAJÚ

O Banco Central dos Estados da África Central (BCEAO) e os responsáveis dos bancos comerciais do país reuniram no início de manhã desta sexta-feira, 20 de Março, para analisar crédito aos empresários nacionais para a campanha de cajú de ano 2015. A situação económica e financeira do país, particularmente o financiamento da economia, a questão de bancarização e os custos dos serviços foram assunto trazidos a tona na reunião.

Durante o encontro, foi revisto ainda os principais projetos iniciados pelo Banco Central dos
Estados da África Ocidental para reforçar a estabilidade do setor financeiro bem como melhorar o sistema de informação dos bancos.
As questões relacionadas com o projeto de criação do Gabinete de Informação sobre o Crédito (Bureau d´Information sur le Crédit – BIC), a implementação dos mecanismos de financiamento sob forma de Leasing e a passagem às normas de Basileia II e III, mereceram abordagem dos participantes. Foi igualmente analisado a forma de financiamento da economia para poder conceder empréstimo aos operadores económicos e às empresas.

De acordo com João Aladje Fadia, Diretor Nacional do BCEAO, esta matéria foi “seriamente debatida durante o encontro”, na medida em que algumas empresas correm riscos de não conseguirem crédito por não terem liquidado a dívida contraída em 2012, que provocou uma baixa económica estimada em 5,8 mil milhões de Francos CFA.

João Aladje Fadia, alerta, por isso que algumas empresas podem ficar impossibilitadas de aceder a esse empréstimo para a presente campanha de comercialização de caju.

O responsável nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental, lembra que o financiamento da economia faz-se mediante os fundo que os bancos comerciais têm e que são utilizados no sector público e eventualmente no privado também.

O director-geral dos Bancos da África Ocidental (BAO), Rómulo Pires, revela por seu lado, que a dívida contraída pelas empresas ronda os vinte e oito mil milhões de Francos CFA.
“Não é segredo para ninguém que boa parte dos operadores da campanha de cajú tiveram grandes dificuldades em 2012, o que os levou ao incumprimento com os bancos e consequentemente impossibilitados de terem acesso a crédito para a campanha de cajú. É nesse âmbito que os bancos estão impossibilitados também de financiar esses operadores”, explica Rómulo Pires.

Entretanto, no final do encontro, os bancos reafirmaram o seu engajamento em continuar a financiar o sector privado e os particulares, mas lamentam estarem a enfrentar constrangimentos nomeadamente, “a lentidão e os disfuncionamentos do aparelho judicial” em relação à matéria.
Sobre pagamento da dívida contraída pelos operadores económicos, O Democrata sabe que o caso se encontra em andamento nos tribunais do país.

Por: Filomeno Sambú

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