
A Direção Executiva da Rádio Capital FM exigiu das autoridades políticas e judiciais do país que sejam levantadas as barreiras administrativas impostas pelo ministério da Comunicação Social que permita a retoma das suas emissões em FM, observando o critério de igualdade de tratamento dos órgãos de imprensa, também que seja feita justiça, identificando e punindo os autores materiais e morais que destruíram aquela estação emissora privada a 7 de fevereiro de 2022.
O apelo vem expresso em comunicado de imprensa que O Democrata teve acesso esta segunda-feira, 06 de março de 2023, no quadro da celebração do 8º ano da criação da CFM.
“Foi há oito anos que a atual Direção Executiva decidiu lançar a Rádio Capital ao terreno, não só num desafio empreendedor, mas também, através da informação, contribuir para o desenvolvimento do país e o reforço da democracia, num jornalismo independente, exigente, investigativo e equidistante”, pode ler-se.
O documento adianta que a afirmação do Projeto Capital FM não foi acompanhada por alguns setores da vida pública nacional, sobretudo políticos, isto é, em termos de visão. Acrescentando que não há dúvidas que há aqueles que, diária e deliberadamente, concebem as suas estratégias tão somente para arruinar a iniciativa empreendedora, e consequentemente fazer calar os jornalistas profissionais que, não obstante tudo que tem acontecido, estão a marcar uma época do jornalismo na Guiné-Bissau.
“Cedo, a Capital FM notabilizou-se e afirmou, porque para além de ser bem acolhida pela sociedade guineense, liderando, num curto espaço de tempo, a audiência radiofônica no país, representa um modelo de jornalismo que teve no cidadão ouvinte, o principal e maior ativo. Atrás de todas essas iniciativas empreendedoras estavam e ainda estão apenas a intenção de ajudar na melhoria do panorama da comunicação social guineense a nível nacional, como também proporcionar mais oportunidades de emprego para os jovens recém-formados no qual contamos atualmente com mais de três dezenas de trabalhadores efetivos e cerca de 12 colaboradores espalhados pelas diferentes regiões do país” espelhou o comunicado.
De acordo o comunicado, oito anos de existência daquela estação emissora ficaram marcados por momentos terríveis da vida, enquanto homens e profissionais.
“Em Julho de 2020, foi o primeiro registo de ataque armado às instalações da Rádio Capital FM, onde os assaltantes, que carregavam armas automáticas, destruíram todos os equipamentos. Na altura, o Governo, liderado pelo atual Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, fez aparecer nas instalações da CFM, através de alguns dos seus Ministros, não só para solidarizar-se com os funcionários, como também para considerar o ataque como sendo um ato isolado, prometendo uma investigação célere. Enquanto se aguardavam os resultados da investigação, iniciativas públicas de solidariedade dos cidadãos guineenses ajudaram a Rádio Capital FM a reerguer-se dos escombros, tanto assim que, em Agosto do mesmo ano, foi possível restabelecer as suas emissões com uma emissora cedida por uma rádio amiga, garantindo assim o seu regresso a desejada convivência dos cidadãos” lê-se no comunicado, salientando que “decorridos 19 meses após o primeiro ataque, no dia 7 de fevereiro do ano 2022, a CFM voltava a ser alvo de violência, desta vez, foi em plena luz do dia, numa operação que envolveu homens armados e, novamente, com uniformes militares e armas automáticas”.
O documento salienta que o Governo decidiu administrativamente, de forma discriminatória, agravar a situação da Rádio Capital FM, através de medidas que só aquela estação foi obrigada a observar. Ou seja o Ministério da Comunicação Social exigiu o pagamento da taxa de “renovação de licenças” a todas as Rádios, tendo a maioria admitida a pagar em prestações, enquanto a CFM foi obrigada a pagar a 100% numa só assentada, e que mesmo pagando, continua a ser impedida de emitir em frequência modulada (FM).
Por: Aguinaldo Ampa