GREVE AFETA HOSPITAL SIMÃO MENDES MAS AS AULAS DECORREM NORMAL NOS PRINCIPAIS LICEUS DE BISSAU

A greve de cinco dias convocada pela Frente Social nos setores da saúde e educação afeta um pouco os serviços do hospital nacional Simão Mendes, visitada pela nossa equipa de reportagem, que também registou o funcionamento normal de aulas nos principais liceus da capital Bissau. 

As organizações sindicais que constituem a Frente Social, nomeadamente, a SINDEPROF, FRENAPROF, SINETSA e SINQUASA, decidiram avançar para a greve de 06 a 10 do mês em curso, por considerarem que o governo não tem vontade de voltar à mesa negocial. 

O presidente da Associação dos Alunos do Liceu Rui Barcelos da Cunha, Kelvin Madjido Sambú, afirmou à reportagem de O Democrata que as aulas decorreram de forma habitual.

“A nossa escola funcionou muito bem neste período de manhã. Eu mesmo passei em todas as salas de aulas e vi que tanto os professores como os alunos estão bem ativos nas aulas, portanto tudo está normal como antes”, concluiu.

Por sua vez, o diretor do Liceu Agostinho Neto, Mamadjam Djallo, disse que a escola que dirige está a funcionar normalmente e que se regista a presença dos professores e alunos nas salas de aulas.  

FRENTE SOCIAL ANUNCIA ADESÃO À GREVE EM MAIS DE 60 POR CENTO NA SAÚDE E EDUCAÇÃO

O porta-voz da Frente Social de Saúde e Educação, afirmou na entrevista ao O Democrata que regista-se uma adesão à greve em mais de 60 por cento em todos os dois setores, cuja paralisação iniciada nesta segunda-feira vai até sexta-feira 10, para exigir do governo a reintegração dos técnicos de saúde, o pagamento e a devolução dos salários e subsídios do isolamento e de giz.

Yoio João Correia, que também é presidente do Sindicato Nacional de Enfermeiros e Técnicos de Saúde e Afins (SINETSA), disse que apesar de não terem informações de todas as estruturas sanitárias e escolas do país, a comissão de monitorização da greve registou a nível da saúde uma adesão de 85 por cento.

“Já em relação à educação, cerca de 70 por cento, tendo em conta a existência de muitas escolas em regime de autogestão o que acaba por condicionar o exercício do direito à greve pelos professores”, disse.

Explicou que até ao momento da entrevista não houve nenhum contacto do executivo com o intuito de solicitar uma negociação. Lembrou, neste particular, que o último encontro entre a equipa negocial do governo e a da frente social foi em novembro passado, na qual o governo tinha prometido apresentar uma contraproposta para a resolução dos problemas levantados pelos sindicatos.

O sindicalista garantiu que observa-se o serviço mínimo apenas nos serviços considerados de emergências e urgências a nível do setor da saúde, contudo disse esperar que o patrono atenda às suas exigências.

Refira-se que os funcionários dos setores da saúde e educação reivindicam, entre dezenas de pontos, o pagamento de dívidas, a efetivação de novos ingressos, a aprovação de estatutos de carreira dos profissionais de diagnóstico e terapêutica ou resolução de irregularidades na aplicação do Estatuto de Carreira Docente.

Por: Epifania Mendonça/ Simaira de Carvalho

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