O sindicato de base da Empresa de Eletricidade e Água da Guiné-Bissau (EAGB) ameaçou esta terça-feira, 14 de março de 2023, paralisar os serviços de fornecimento da eletricidade e água se o patronato continuar a não cumprir o pagamento de salários de cerca de dez meses a funcionários que ainda não receberam os seus atrasados.

A informação foi tornada pública pelo presidente do sindicato de base daquela empresa, Mário Carlos Monteiro, durante uma conferência de imprensa na qual denunciou algumas “ilegalidades e injustiças” cometidas pela direção da EAGB.

Monteiro  contou que desde 2018 que o Conselho da Administração da EAGB não aceitou receber o representante dos trabalhadores, acusando a empresa de alterar os estatutos.  Acrescentou que vão continuar a reclamar os seus direitos até que o órgão competente devolva o lugar aos trabalhadores no Conselho de Administração para que possam defender os seus direitos.  

“A falta de pagamento de salários a alguns funcionários tem a ver com a incapacidade de gestão” criticou, revelando que atualmente os salários são pagos através de uma conta a descoberto num dos bancos comerciais.

Explicou que o banco no qual a EAGB depositava os seus fundos e tinha a dita conta a descoberto, soube mais tarde que a EAGB fazia também depósitos de grandes clientes em outros bancos.

“A situação da empresa hoje é péssima. Estávamos a lutar com a direção no sentido de melhorar as condições de trabalho dos funcionários” disse, reconhecendo que a empresa tem muitos problemas, apelando a direção que seja mais flexível em relação à situação dos trabalhadores. 

Por: Carolina Djemé