No processo do desenvolvimento da sociedade humana, as civilizações de formas diferentes surgiram sucessivamente, e após competições e integrações, evoluções e inovações, constituem em conjunto um gráfico rico e colorido da civilização humana. A civilização chinesa, a civilização africana, a civilização árabe, a civilização grega, bem como outras, são todas pérolas brilhantes no longo percurso da civilização humana e fizeram contribuições importantes para o seu avanço.

De acordo com o estudo, por volta do final do Período ChunQiu do Século V a.C, as ferramentas de ferro já começaram a ser utilizadas na maior parte da China. No mesmo período, o povo Soninke na região do Sahel da África Ocidental também começou a fazer ferramentas de ferro e utilizá-las na produção agrícola. Posteriormente, os impérios medievais com civilizações longas como Gana, Mali e Songhai surgiram sucessivamente nesta região. A civilização da África Ocidental passou por um período tão brilhante e avançado, porém desde a época moderna, o seu desenvolvimento foi interrompido e ficam gradualmente marginalizado devido ao domínio colonial dos países ocidentais. As potências europeias repartiram a África no século XIX e estabeleceram fronteiras artificiais para os países africanos, cortando ainda mais os sistemas culturais e políticos inerentes à África. 

Muitos académicos africanos também conheceram este facto. No seu livro African Foreign Policy and Diplomacy from Antiquity to the 21st Century, o académico queniano Daniel Don Nanjira escreveu que, “Os séculos XIX e XX foram ‘séculos perdidos’ para a África, uma vez que as invasões alienígenas europeias no continente africano conseguiram destruir o espírito e a identidade africana, impondo valores ocidentais em detrimento dos valores africanos, desumanizando e humilhando o povo africano, bem como transformando a África num subproduto da civilização ocidental às custas das ricas civilizações que a África gerou, alimentou e preservou por milénios antes da colonização europeia do continente africano.”

Antes de os países ocidentais começarem a colonizar e repartir a África em grande escala, o tráfico de escravos que durou 400 anos enviou mãos de obra aos países ocidentais, causando a perda de um grande número da população da África e o prejuízo sério à criatividade da civilização africana. Por sua vez, os países ocidentais que tinham participado ativamente no tráfico de escravos estavam ainda mais convencidos do chamado “argumento de superioridade da civilização”, colocando a civilização ocidental acima das outras civilizações e tentando impor os seusvalores e civilizações à África, às custas da independência da civilização africana.

O “argumento de superioridade da civilização” não ajuda a justificar a colonização da África, nem alivia os crimes cometidos pelos colonizadores na África. Como diz o Presidente Chinês, Sr.Xi Jinping, “É ridículo acreditar que a própria etnia e civilização são superiores a de outros, e é desastroso transformar deliberadamente ou até substituir a civilização de outros.”

Em contraste com o “argumento de superioridade da civilização” dos países ocidentais, já há 2.500 anos atrás, o filósofo chinês Confúcio formulou a ideia de que “os cavalheiros procuram harmonia, mas não uniformidade”, defendendo que a harmonia promovecoexistência e crescimento conjunto e as diferenças  se complementam. A China sempre adota uma atitude aberta e inclusiva, assimilando amplamente os frutos das outras civilizações e fornecendoassim nutrientes ricos para o desenvolvimento vigoroso da civilização chinesa. Por volta do Século II a.C, a China já começou a explorar a Rota daSeda para a região do oeste. No começo do século XV, o navegador chinês Zheng He fez sete viagens marítimas e chegou até ao Quénia da costa leste da África, iniciandoo intercâmbio e aprendizagem mútua entre a civilização chinesa e africana. A civilização chinesa nasceu na terra da China e formou-se pelo intercâmbio e aprendizagem mútua com outras civilizações.

Aderindo aos pensamentos da cultura tradicional chinesa acima-mencionados, no dia 15 de Março do ano corrente, o Secretário-Geral do Comité Central do Partido Comunista da China (PCCh), Sr. Xi Jinping, apresentou a Iniciativa da Civilização Global na Reunião de Alto Nível para o Diálogo entre o PCCh e os Partidos Políticos do Mundo, enfatizando a necessidade de promover conjuntamente o respeito pela diversidade das civilizações mundiais, os valores comuns da humanidade, a valorização da herança e inovação das civilizações e o reforço do intercâmbio e cooperação internacionais entre os povos. As suas palavras contra-atacam fortemente o “argumento de superioridade da civilização” e oferece uma observação importante para promover a coexistência harmoniosa entre civilizações diferentes. No seguimento da Iniciativa do Desenvolvimento Global e Iniciativa da Segurança Global, a Iniciativa da Civilização Global é mais uma iniciativa global apresentada pelo Presidente Xi Jinping em torno do grande tópico da Construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade, que oferece proposta e sabedoria chinesas para evitar os conflitos entre civilizações no mundo e promover o avanço da civilização humana, diversifica e amplia ainda mais os caminhos para a Construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade, e constitui mais um produto público fundamental oferecido pela China à comunidade internacional na nova era.

A civilização não tem um padrão uniforme, e nenhuma civilização pode ficar por acima das outras. A diversidade da civilização é tanto a característica básica da sociedade humana, como a força motriz do avanço da civilização humana. Durante o processo de praticar os valores comuns da humanidade, a China sempre insiste em respeitar a diversidade e igualdade das civilizações, apela à tolerância, intercâmbio, aprendizagem mútua e complementaridade na competição entres as diversas civilizações, e conclama que as civilizações diferentes se desenvolvam conjuntamente quando buscarem pontos de acordo e reservarem as diferenças.  

Olhando para a história humana, percebemos profundamente que, apenas com a inclusão, abertura e tolerância, a civilização humana pode continuar a se desenvolver e prosperar. A parte chinesa deseja que os países africanos, incluindo a Guiné-Bissau, apoiem e participem na Iniciativa da Civilização Global,  tornando um exemplar o intercâmbio e aprendizagem mútua entre a civilização chinesa e africana, e ampliando em conjunto o caminho do avanço da civilização humana.

Por: Guo Ce

Embaixador da República Popular da China