
O Comité Regional de Sementes e Plantas para a África Ocidental (CEDEAO) realiza, em Bissau, a sua 8ª reunião para analisar estratégias regionais sobre as sementes e política regional, bem como compartilhar informações, experiências de iniciativas em andamento no setor de sementes no espaço comunitário, analisar igualmente o estado da implementação das conclusões e recomendações da sua sétima reunião estatutária de julho de 2021, em Cotonou (Benin).
O encontro de Bissau, que reúne de 9 a 11 de maio, contará com o apoio financeiro da União Monetária Oeste Africana (UEMOA) e da CEDEAO, mas também dos projetos financiados pela União Europeia. O Comité regional é uma plataforma funcional a nível regional para consulta, consistência de intervenção e elaboração de recomendações e respostas aos desafios enfrentados pelo setor das sementes, tanto a nível nacional como regional.
O Comité defende a melhoria da governação do setor das sementes para permitir que os atores desempenhem plenamente os seus papéis específicos e tenham os elementos adequados para gerir a procura e a oferta de forma coordenada.
A reunião anual estatutária, que reúne representantes dos comités regionais de sementes dos países da CEDEAO, do Comité Inter-Estados de Luta Contra Seca no Sahel (CILSS) e os principais atores regionais (privado e público) do setor das sementes, visa avaliar a implementação dos regulamentos adotados pelos Estados membros, adotar o catálogo regional atualizado de variedades vegetais, bem como os regulamentos executivos regionais complementares, os manuais de procedimento e formular recomendações para uma melhor aplicação de regulamentos harmonizados.
Em representação do ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Júlio Malam Indjai, afirmou na sua intervenção que as recomendações saídas desta reunião vão ajudar os países na melhoria da problemática das sementes de qualidade, de forma a poderem aumentar a produtividade e a produção agrícola.
O diretor geral da agricultura disse que os países estão confrontados com a problemática da insegurança alimentar, afirmando, neste particular, que é necessário quebrar o círculo e utilizar as sementes que vão dar maior rendimento para aumentar a produtividade.
Lembrou que existe um regulamento comum que foi adotado a nível dos países membros para ajudar na gestão da produção de qualidade e na sua distribuição. Acrescentou, no entanto, que o ministério da agricultura está a formar produtores e multiplicadores das sementes em todo território nacional para poderem produzir sementes de qualidade, sem a mistura e com uma boa percentagem de germinação.
Indjai aproveitou a ocasião para encorajar os países que ainda não adotaram o regulamento que o façam, porque “a problemática das sementes de qualidade certificada enquanto berço da agricultura, merece especial atenção de todos”.
Exortou os parceiros do desenvolvimento que o executivo guineense está determinado em contribuir significativamente na melhoria do ambiente do empreendedorismo agrícola e rural, não só para aumentar a produtividade agrícola, como também para criar oportunidades de emprego jovem e reduzir consideravelmente o êxodo rural.
Em representação da Comissária dos Assuntos Económicos e da Agricultura da Comissão da CEDEAO, Goe Coffi Emmanuel relembrou aos presentes que a sub-região está confrontada com crises recorrentes em matéria da segurança alimentar, tendo assegurado que a cada ano aumenta o número de cidadãos que estão com problemas de segurança alimentar. Reconheceu que é responsabilidade dos Estados membros mudar essa situação, porque” temos potencialidades agrícolas”.
“Para mudar o cenário, devemos melhorar a nossa produtividade e devemos produzir muito em qualidade e em quantidade. Quem diz produzir, diz a utilização de sementes. É muito importante ter sementes de qualidades de diferentes variedades e que sejam adaptáveis à situação agro climática local”, referiu.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N